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Nos últimos anos, os EUA passaram por uma grande transformação no setor de óleo de xisto, o shale oil. Em apenas 5 anos, entre 2009 e 2014, o país superou Rússia e Arábia Saudita e passou a ser o maior produtor de petróleo do mundo. A disparada do preço do petróleo, em 2011, foi determinante para impulsionar o shale oil americano, que tinha um alto custo para exploração.

O resultado foi um aumento de mais de 60% na produção a partir da descoberta e viabilização das reservas de xisto, que mudaram não só a realidade nacional, mas também a geopolítica global do setor.

Contudo, com a queda brusca no preço do petróleo, entre 2014 e 2016, muitas empresas faliram por não conseguir reduzir os custos de exploração, levando a uma consolidação do mercado. Nesse período, investimentos em pesquisa e desenvolvimento foram feitos e a indústria americana precisou se adaptar para sobreviver, reduzindo o break even das reservas não convencionais. Mas especialistas apontam uma nova onda de crescimento do óleo não-convencional americano.

“Os EUA irão começar a segunda onda da revolução do xisto”, prevê o professor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

O protagonismo assumido pelos EUA influenciou todo o mercado, pois sua produção passou a ser capaz de compensar parcialmente as reduções acordadas entre os países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), influenciadas diretamente pela Rússia, que visa se favorece com o aumento da cotação internacional do petróleo.

Com isso, a influência da organização ficou limitada e os EUA passaram a ser uma ameaça ao já consolidado market share dos principais exportadores. E o cenário pode pender ainda mais a favor dos americanos.

“Nos próximos anos, os EUA deverão se transformar no maior exportador de petróleo do mundo e devem dobrar as exportações da commodity, chegando a 4,2 milhões de barris/dia”, garante Pires. “As exportações de óleo e derivados devem chegar a 9 milhões barris/dia”, acrescenta.

(Fonte: CBIE)