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Os carros flex são aqueles que podem utilizar tanto gasolina como etanol em seus motores. É diferente de veículos monocombustíveis, que só podem utilizar um tipo de combustível em seu funcionamento. Atualmente, os carros flex correspondem a cerca de 80% da frota brasileira. A introdução deste novo modelo resolveu alguns problemas de carros movido exclusivamente à álcool, como a falta do combustível e grandes oscilações de preços.

Para receber os dois combustíveis, os carros flex não precisam de dois tanques separados, como alguns imaginam. Na realidade, os eles possuem um sensor, chamado de sonda lambda, que identificam os gases de escape e ajusta eletronicamente e constantemente a mistura entre oxigênio e combustível que vai para o motor, assim como a quantidade de material. Além disso, seus motores possuem bicos injetores com mais vazão e cerca de 30% maiores do que os convencionais, para serem capazes de receber etanol. Este tipo de motor já era utilizado em carros mais antigos, movido somente a etanol. A taxa de compreensão destes motores também são mais altas quando comparadas a veículos que utilizam apenas gasolina. Ademais, eles são adaptados para receber o impacto do etanol, que é mais corrosivo que a gasolina.

O primeiro carro flex lançado no Brasil foi o Volkswagen Gol 1.6 em 2003. Na ocasião, para poder utilizar os dois combustíveis, o propulsor recebeu uma série de alterações, com um novo sistema de partida a frio, válvulas injetoras maiores, novas válvulas de escape, comando de válvulas com novo momento de abertura e fechamento, válvulas exclusivas, material anticorrosivo, velas exclusivas, entre outros. O modelo possuía um motor 1.6 Total Flex de até 97 cavalos (cv) com gasolina e 99 cv com etanol.

Quando este modelo foi lançado, os carros bicombustíveis costumam ser mais caros do que os convencionais. No entanto, com o avanço tecnológico, eles, hoje, já estão entre os mais baratos do mercado. Ademais, apesar de apresentar diversos problemas quando foi lançado, em 2003, como a dificuldade de dar partida em dias frios, o desenvolvimento de novas tecnologias solucionou estes problemas. Em 2009, a Bosch lançou o primeiro sistema capaz de aquecer o etanol nos bicos injetores antes da partida. Neste ano, foi lançada também a primeira moto bicombustível.

A produção de etanol é independente da de gasolina. Enquanto o preço do etanol varia segundo a demanda por açúcar e resultado das colheitas, o preço da gasolina é afetado pela oferta e demanda global de petróleo e pela variação no câmbio. Assim, uma das vantagens deste modelo, é poder optar pelo combustível que for mais econômico para o consumidor e não correr o risco das variações constantes nos preços de apenas um combustível. Além disso, estes veículos geram menos impacto ambiental por terem a opção de utilizarem etanol, cuja produção ameniza os impactos da emissão de dióxido de carbono. O etanol também não deixa resíduos de carbono no sistema do carro, e a gasolina, por ser mais oleosa, costuma lubrificar melhor o sistema. Os veículos flex ainda costumam sofrer menos com a depreciação.

Como o motor dos veículos flex é muito adaptável, os dois combustíveis podem ser utilizados simultaneamente. No entanto, cada um tem suas vantagens e desvantagens. Quando abastecido com etanol, o consumo é maior, porém, o desempenho do motor também é melhor. Já com gasolina, o consumo é menor, mas existe uma pequena perda de potência. Ademais, diferente da crença popular, o motor pode ser abastecido por apenas um combustível durante toda a sua vida útil, sem haver a necessidade de revezamento, já que ele foi desenvolvido para identificar e se adaptar eletronicamente ao combustível disponível.

(Fonte: CBIE)