Post

Para o gás natural ser exportado, existem basicamente duas possibilidades: gasodutos ou como gás natural liquefeito (GNL) em navios-tanque específicos conhecidos como navios-metaneiros. Estes metaneiros existem há mais de 50 anos e nos últimos vinte anos sua popularidade explodiu, com o mercado de GNL se transformando em uma grande oportunidade comercial globalizada.

Corte horizontal de um metaneiro moderno típico:

A tecnologia moderna que utiliza uma combinação de temperaturas muito baixas (-162° C) e pressão artificial para liquefazer o gás natural em larga escala se iniciou no princípio do século XX e sua aplicação comercial se deu nos anos 1940 nos Estados Unidos, daí se espalhando pelo mundo. A questão do armazenamento do gás natural, por natureza necessitando enormes tanques de estoque, sempre foi um grande dilema para a comercialização deste combustível fóssil além de pequenas distâncias cobertas por gasodutos, que são caros para se construírem e inflexíveis de desvio após sua construção. Daí a opção pela liquefação e o transporte em tanques muito menores (o GNL ocupa cerca de 1/600 do volume do GN em estado gasoso) fez com que se tornasse viável o comércio global.

A explosão do mercado de GNL necessitou a construção de uma infraestrutura de terminais de liquefação e regaseificação nas cotas dos países, respectivamente o exportador e importador. À medida que os navios-metaneiros e os terminais de liquefação e regaseificação foram se aperfeiçoando e se tornando cada vez maiores e mais seguros, o volume transportado de GNL foi batendo recordes quase a todo ano. A cadeia do GNL consiste da produção do gás natural e transferência para a planta de liquefação; a liquefação e armazenagem; o transporte; o recebimento, armazenagem e regaseificação no destino; e a injeção na rede de gasodutos para o consumo final (termelétricas, indústrias, veículos, residências etc.).

Atualmente existem três terminais de regaseificação no Brasil, todos da Petrobras: (i) Terminal de Regaseificação da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, com capacidade de regaseificação de 14 milhões de m³/dia de gás natural, (ii) Terminal de Regaseificação de Pecém, no Ceará, com capacidade de regaseificação de 7 milhões de m³/dia de gás natural, e o (iii) Terminal de Regaseificação da Bahia, capacidade de regaseificação de 14 milhões de m³/dia de gás natural.  Após a descoberta de imensas reservas de petróleo e gás natural de boa qualidade nas águas profundas das bacias de Campos e Santos sob a Camada Pré-Sal, existem dezenas de projetos para a construção e operação de novos terminais de regaseificação no país. Estão distribuídos pelos seguintes estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe, Pernambuco e Pará. É importante notar que alguns destes projetos serem mutuamente excludentes por preverem atendimentos às mesmas demandas.