Post

Em 2018, o mercado brasileiro consumiu quase 80 bilhões de litros de diesel e gasolina, descontando as parcelas de biodiesel e etanol anidro utilizadas para mistura. Desse total, quase 15 bilhões de litros foram importados, cerca de 19%, conforme apresentado no Gráfico 1.
<h6 style=”text-align: center;”><strong>Gráfico 1 – Importação Brasileira de Combustíveis</strong></h6>
<a href=”https://cbie.com.br/artigos/quanto-o-brasil-importa-de-combustiveis/attachment/vc-sabia-img-1-9/” rel=”attachment wp-att-3028″><img class=”size-full wp-image-3028″ src=”http://cbie.com.br/wp-content/uploads/2019/07/vc-sabia-img-1-2.png” alt=”” width=”480″ height=”289″ /></a> (Fonte: ANP)

Os combustíveis mais consumidos no Brasil são a gasolina e o óleo diesel, com quase 80% do suprimento do setor de transportes. Enquanto a gasolina é a principal fonte de abastecimento dos veículos leves, o diesel é o combustível mais utilizado em veículos pesados. A importação de combustíveis tem as funções de garantir o abastecimento no curto prazo e permitir a concorrência com as refinarias, contestando o monopólio do refino, uma preocupação nessa etapa de desinvestimentos da Petrobras.

No período entre 2013 e 2019, a importação foi responsável, em média, por cerca de 20% do abastecimento de diesel e 10% de gasolina. O ano de 2017 registrou a maior participação dos combustíveis importados na oferta total, consequência do alinhamento de preços da Petrobras ao mercado internacional.  No auge da importação, a parcela dos importadores regionais na oferta alcançou 32% no diesel e 28% na gasolina. Por outro lado, a política de subvenção ao diesel, adota como resposta à Greve dos Caminhoneiros, reduziu a participação da importação desse combustível para 11% da oferta total no final de 2018.

A oscilação da demanda por combustíveis acompanha a tendência de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Com a eventual recuperação econômica, será necessário aumentar a oferta de combustíveis. Como a capacidade das refinarias da Petrobras não vai ampliar, num primeiro momento, a atual capacidade de refino, o resultado no curto prazo será um aumento da importação para suprir a demanda. Nesse sentido, sinais econômicos positivos permitem a entrada de investimentos em terminais e tancagens para importação, conforme apresentados na Figura 1, o que depende da garantia de preços internos alinhados ao mercado internacional. Para o médio e o longo prazo, deve-se focar na ampliação das refinarias atuais e na construção de novas, além de estimular investimentos em logística, para reduzir a dependência do país na importação de combustíveis, o que nos deixa vulneráveis a drásticas variações de preços ou até abastecimento.
<h6 style=”text-align: center;”><strong>Figura 1 – Terminais de tancagem e armazenagem de combustíveis</strong></h6>
<a href=”https://cbie.com.br/artigos/quanto-o-brasil-importa-de-combustiveis/attachment/vc-sabia-img-2-9/” rel=”attachment wp-att-3029″><img class=”size-full wp-image-3029″ src=”http://cbie.com.br/wp-content/uploads/2019/07/vc-sabia-img-2-2.png” alt=”” width=”1280″ height=”720″ /></a> (Fonte: Reprodução com tratamento CBIE)

O fato de cada vez mais nos tornarmos um grande produtor de óleo, principalmente com o desenvolvimento do Pré-sal, incentivará a ampliação e construção de novas unidades de refino. Com essas medidas, o país terá infraestrutura adequada para produzir, receber, armazenar e distribuir um volume maior de combustíveis. O principal desafio ainda é regulatório, devido às recorrentes intervenções nos preços dos combustíveis. Com uma regulação adequada, o setor de combustíveis pode movimentar a economia com investimentos e geração de empregos.

<em>(Fonte: CBIE)</em>