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De acordo com a atualização mais recente, em 7 de março, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 1,87/litro (ou -34,1%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se a elevação de 32,2% no preço internacional do diesel, e redução de 2,5% na taxa de câmbio (R$/US$), com relação à semana anterior (28/2). No período de análise, a Petrobras anunciou reajuste de 24,9% no preço do diesel nas refinarias a partir do dia 11 de março. O efeito do reajuste será visto na próxima análise.

Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:

Na média semanal (de 28 de fevereiro a 7 de março), o preço do diesel na refinaria nacional ficou R$ 1,32/litro (ou -26,1%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA).

O preço da gasolina doméstica ficou R$ 1,51/litro (ou -31,6%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA), em 7 de março. O resultado teve influência do crescimento de 32,1% no preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da variação da taxa de câmbio, citada acima. No período de análise, a Petrobras anunciou, também, reajuste de 18,8% no preço da gasolina nas refinarias a partir do dia 11 de março. Assim como o diesel, o efeito do reajuste só será visto na próxima análise.

Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:

Na média semanal (de 28 de fevereiro a 7 de março), o preço da gasolina na refinaria nacional ficou R$ 1,14/litro (ou -25,4%) abaixo do preço do Golfo do México.

No período de análise, o preço do barril de petróleo tipo Brent esteve sob forte influência dos desenvolvimentos do conflito entre Rússia e Ucrânia. Pela primeira vez em muitos meses, a pandemia se manteve em segundo plano no mercado. Com o fim de medidas restritivas mais drásticas, a demanda por energéticos de volta aos seus níveis anteriores, e órgãos de saúde observando uma acentuada tendência decrescente no número de novos casos e mortalidade de infectados, o reflexo do avanço das campanhas de vacinação ao redor do mundo pode ser visto. Porém, o mercado segue atento à possibilidade de novas variantes com maior potencial transmissivo ou letal.

De acordo com o relatório semanal da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês), os estoques norte-americanos de petróleo decresceram em 2,6 milhões de barris, atingindo volume de 413,4 milhões ao final do período de análise, volume 12% menor do que a média dos últimos cinco anos. Para além, o relatório reportou, também, perdas de 0,5 milhões de barris nos estoques de gasolina, que atualmente se encontram em nível 1% menor do que a média dos últimos cinco anos para o período.

Durante a janela de análise, a EIA disponibilizou também o Short-Term Energy Outlook (STEO) do mês de março. Segundo a organização, as análises do período estão sujeitas a elevados níveis de incerteza decorrentes da invasão russa em território ucraniano. Em fevereiro, o preço do barril ficou em média US$ 97, uma elevação de US$ 11/barril se comparado a janeiro. As estimativas para março, segundo trimestre e semestre de 2022, são, respectivamente: US$ 117/b; US$ 116/b e US$ 102/b. O relatório destaca o papel russo no mercado internacional da commodity, e o potencial disruptivo da imposição de sanções econômicas contra o petróleo do país, que poderia levar a uma escalada imprevisível de preços e, consequentemente, risco à situação de abastecimento de diversas nações.

Em resposta ao avanço dos conflitos no leste europeu, a União Europeia, o Reino Unido, o EUA e outros aliados, vêm impondo uma série de sanções econômicas contra a Rússia, que vão desde o congelamento desde apreensão e congelamento de bens de oligarcas russos até a exclusão de agentes russos, sejam eles de natureza pública ou privada, do sistema SWIFT, utilizado universalmente para realização de transações internacionais.

Outro evento político acompanhado de perto pelo mercado, é a negociação para o retorno do acordo nuclear iraniano. Anteriormente, representantes dos países envolvidos nas conversas, como Alemanha e Rússia, já haviam declarado que o acordo provavelmente seria concretizado até o fim de janeiro, fato que não se realizou. Com isso, especialistas do setor se preocupam o provável declínio das negociações, dado o aumento de tensões políticas internacionais, e colocando em risco umas das alternativas imediatas para substituição da produção russa, em caso de eventuais embargos.