Post

Mudança climática nos EUA é prioridade

Acordo de Paris: energia livre de poluição

Transição energética agora é prioridade

 

O presidente Joe Biden colocou a mudança climática no centro de sua agenda. A questão ambiental foi uma das principais bandeiras da campanha do democrata à presidência. Biden assinou uma ordem executiva que elevou a mudança climática à uma questão de segurança nacional. Com o retorno dos Estados Unidos (EUA) ao Acordo de Paris, o objetivo é que o país tenha um setor de energia livre de poluição de carbono até 2035 e uma economia com emissões líquidas zero até 2050.

O plano detalhado pelo presidente, visa reduzir o consumo dos combustíveis fósseis nos EUA e criar empregos em energia renovável. A nova administração federal decidiu que não vai autorizar novas perfurações de petróleo e gás, e os contratos já existentes passarão por uma rígida revisão. Além disso, os subsídios aos combustíveis fósseis serão eliminados e a frota de carros e caminhões do governo serão substituídos por veículos elétricos. Apesar das mudanças, Biden garantiu que não irá banir a técnica de fracking, que consiste em injetar água pressurizada para fraturar o subsolo e liberar gás e petróleo, utilizada na exploração do shale gas, e pretende proteger o segmento e aumentar os empregos, por meio de padrões mais rígidos como controles de vazamentos de metano e sindicatos dispostos a implantar as mudanças.

A desigualdade econômica está no centro de sua agenda ambiental. Biden assinou uma ordem executiva estabelecendo um conselho interagências da Casa Branca sobre justiça ambiental. Será criado um escritório de saúde e igualdade climática no Departamento de Saúde e Serviços Humanos e um outro de justiça ambiental separado no Departamento de Justiça. A ordem também orienta o governo a gastar 40% de seus investimentos em sustentabilidade em comunidades carentes.

Os grupos ambientais apoiam as novas ações e dizem que os atuais desafios requerem uma resposta relevante, dado que o planeta está caminhando para danos irreversíveis. Por outro lado, os agentes da indústria de petróleo e gás ficaram decepcionados com o escopo, velocidade e direção tomada pelo presidente Biden em suas ações pelo meio ambiente. Consequentemente, os membros das indústrias de gás, petróleo e carvão já se mobilizaram para chamar a atenção do presidente quanto a velocidade e o esforço por ações climáticas tão agressivas.

A indústria do petróleo se preparou contra o efeito imediato da proibição de novos arrendamentos. As companhias petrolíferas usaram os últimos meses do Governo Trump para estocar licenças. O licenciamento federal no Novo México – um foco de perfuração da Bacia do Permian em terras federais – mais do que triplicou de 2017 a 2020.

Os EUA lideram o ranking dos maiores produtores de petróleo e gás, representando 17,9% e 23,1%, respectivamente, do total produzido no mundo. Os combustíveis fósseis são as fontes de maior participação na geração de eletricidade nos EUA, sendo o gás natural a fonte de destaque, com 38,4% do total gerado, em 2019.

As recentes determinações criaram um ponto de inflexão na política energética dos EUA, onde os combustíveis fósseis dominam o transporte e a geração de energia elétrica. Devemos considerar, que atitudes muito agressivas relativas ao setor energético podem ser altamente prejudiciais para a economia, saúde e segurança, não só no contexto de pandemia de coronavírus como no pós-pandemia. Ao mesmo tempo, a indústria de óleo e gás norte-americana sofreu uma série de reveses econômicos recentes, em decorrência da queda do preço do barril de petróleo no primeiro semestre de 2020. Os baixos preços do petróleo comprometeram a saúde financeira de pequenos produtores de shale oil e shale gas.

Em meio à crise mundial causada pela pandemia do coronavírus, a transição energética e as mudanças climáticas passaram a ter uma agenda intensa nos países desenvolvidos. A causa é válida e extremamente importante, porém deveríamos ter o mesmo empenho para combater o inimigo mais próximo, que é a pandemia. Os Estados Unidos poderiam e deveriam liderar um grande movimento global sobre o combate ao Covid. Da mesma forma que o presidente Biden anunciou uma reunião de cúpula do meio ambiente para abril, por que não realizar um evento similar para tratar da pandemia?

 

 

Fonte: Poder360