Análise Semanal da Defasagem – 12/09/2025

No informe de hoje, 12 de setembro, divulgamos os dados diários e semanais do CBIE sobre defasagem da gasolina, diesel e GLP.
De acordo com os dados reunidos ao longo da semana, segue a defasagem média do diesel, gasolina e GLP* nas refinarias nacionais em relação aos preços internacionais. A análise é referente ao período entre 4 e 11 de setembro de 2025.
Cenário Internacional – No período de análise, os contratos futuros do petróleo e seus derivados registraram alta volatilidade, acumulando perdas moderadas. As negociações da commodity foram influenciadas por uma gama diversa de fatores, com destaque a novos movimentos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus Aliados (OPEP+), a evolução dos conflitos no Leste Europeu e no Oriente Médio e a revisão das projeções da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Vale observar, também, o impacto da deterioração de indicadores do mercado de trabalho nos Estados Unidos (EUA).
Durante o fim de semana, a OPEP+ decidiu por um novo incremento de suas metas de produção para outubro, sendo esse o principal fator de influência sobre as negociações da commodity. Apesar do anúncio ter correspondido aos rumores circulados pela Reuters e Bloomberg ao longo da semana anterior, a magnitude do aumento foi consideravelmente abaixo das expectativas de analistas, ficando em apenas 137 mil barris por dia (b/d).
Em seguida, o principal suporte à commodity veio da intensificação do risco geopolítico. No Qatar, um ataque israelita a líderes do Hamas em Doha acendeu o alerta de uma possível escalada das agressões na região. Já no continente vizinho, a Ucrânia intensificou seus ataques a refinarias e infraestruturas de exploração e produção de óleo na Rússia, prologando a condição de oferta limitada do país. A situação na Europa piorou após a Polônia derrubar drones russos que entraram em seu território durante sua última onda de ataques à Ucrânia. O governo polonês qualificou a ocorrência como um “ato de agressão”, adotando uma retórica que pode levar, no pior cenário, a um envolvimento direto do país no conflito.
No fim do recorte, a principal influência sobre as negociações foi a última revisão da projeção da IEA para a balança global de petróleo em 2026. Segundo a instituição, o mercado de petróleo deve ver um superávit de cerca de 3,33 milhões de b/d no próximo ano, um aumento de 360 mil b/d em comparação ao volume estimado em seu relatório mensal de agosto.
O barril também foi fortemente pressionado pela deterioração de indicadores do mercado de trabalho nos EUA. As alegações semanais de desemprego no país cresceram, inesperadamente, para o patamar mais elevado em cerca de 4 anos, alimentando a incerteza de analistas quanto a atividade econômica de curto prazo.
Petróleo Brent: Entre 4 e 11 de setembro, os contratos futuros do petróleo tipo Brent registraram variação de -0,93%, iniciando o período em US$ 66,99/b e fechando em US$ 66,37/b.
Cenário Nacional: A Petrobras não realizou ajustes nos preços dos produtos vendidos em suas refinarias no período de análise.
Taxa de Câmbio: Entre 4 e 11 de setembro, a taxa de câmbio do real em relação ao dólar desvalorização de 1,34%, iniciando o período em R$ 5,46/US$ e fechando em R$ 5,39/US$.