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Visões opostas podem se unir em prol de segurança energética, expansão de fontes renováveis e redução de custos ao consumidor

 

A discussão do relatório elaborado pelo deputado Adolfo Viana (PSDB-BA) sobre a MP 1.055/21 da crise hídrica novamente colocou em lados opostos visões que na realidade poderiam caminhar juntas em prol da busca da segurança energética e contínua expansão de fontes renováveis, preservando-se volume de água nos reservatórios e seu uso múltiplo, como determina a Política Nacional de Recursos Hídricos.

A água não é monopólio do setor elétrico e seu uso impacta vários setores da economia, em particular a produção agrícola no bioma cerrado (última fronteira do país, mérito do exemplar trabalho da Embrapa), que é intensiva no uso de água e de energia elétrica (pivôs centrais) –a irrigação corresponde a mais de 70-75% do uso da água no país. No saneamento básico, a captação de água corresponde ao principal custo da prestação do serviço; se hoje não é uma parcela significativa de uso, isso com certeza deve crescer por causa do marco legal sancionado em 15 de julho de 2020. Sem falar dos setores de transporte (hidrovias), turismo e lazer.

As duas visões polarizadas pelo relatório da MP da Crise Hídirca concordam em relação à importância de se preservar mais água nos reservatórios. Também compartilham a visão do papel de termelétricas como reservatórios equivalentes para diminuir a dependência do clima e de variáveis exógenas no atendimento da demanda energética do país.

Os pontos divergentes não são de diagnóstico, mas das soluções ou formas de endereçar o problema. E, normalmente, um dos lados acaba por utilizar números gigantes de custos adicionais ao consumidor para buscar sensibilizar a opinião pública.

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Publicado originalmente pelo Poder360.