Análise Semanal da Defasagem – 11/07/2025

No informe de hoje, 11 de julho, divulgamos os dados diários e semanais do CBIE sobre defasagem da gasolina, diesel e GLP.
De acordo com os dados reunidos ao longo da semana, segue a defasagem média do diesel, gasolina e GLP* nas refinarias nacionais em relação aos preços internacionais. A análise é referente ao período entre 3 e 10 de julho de 2025.
Cenário Internacional – No período de análise, os contratos futuros do petróleo e seus derivados registraram alta volatilidade. Durante quase todo o recorto tratado, o barril recebeu suporte da intensificação do risco geopolítico no Oriente Médio e a perspectiva de consumo estável. No último dia, entretanto, a commodity reverteu seus ganhos anteriores, pressionada por uma série de fatores, desde os planos de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus Aliados (OPEP+) ao anúncio do retorno das tarifas recíprocas de Donald Trump.
Logo no início da semana, dois fatores ofereceram forte suporte as negociações da commodity: o último reajuste dos preços do petróleo vendido pela Saudi Aramco; e um ataque inesperado de revolucionários Hutis em um navio transitando pelo Mar Vermelho. No caso da petroleira saudita, o aumento anunciado nos preços do barril vendido a seus clientes na Ásia foi de 1 dólar, enquanto analistas apostavam em um incremento de apenas 65 centavos. Já no Oriente Médio, a ocorrência de novas agressões alimentou a possibilidade de que os Estados Unidos (EUA) voltem a atuar na região, elevando substancialmente o risco geopolítico associado a passagem de embarcações no Mar Vermelho.
O risco acentuado no Oriente Médio continuou impactando positivamente as cotações nas sessões seguintes. O acúmulo de ganhos foi interrompido somente com a divulgação do Weekly Petroleum Status Report, da U.S. Energy Information Agency (EIA). O relatório apontou para um aumento substancial dos estoques norte-americanos, sugerindo um desequilíbrio inesperado no mercado regional.
Posteriormente, rumores de que a OPEP+ está estudando interromper seus incrementos de produção a partir de outubro, e ao retorno das tarifas de Donald Trump, exerceram forte pressão sobre o barril. Segundo a Bloomberg, membros da OPEP+ estão avaliando pausar a escalada de oferta que vem sendo observada desde o início deste ano, alimentando a perspectiva de uma demanda global reduzida no curto prazo, visão corroborada pela divulgação do relatório mensal da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). A instituição apontou que os estoques globais de petróleo vêm crescendo em um ritmo de 1 milhão de barris por dia (b/d), podendo levar a um superávit equivalente a cerca de 1,5% do consumo global de petróleo no quarto trimestre deste ano.
Para além, o presidente norte-americano, Donald Trump, enviou cartas para uma série de países anunciando o retorno das tarifas recíprocas a partir de 1º de agosto, incluindo o aumento para 50% das taxas aplicadas ao Brasil. O movimento alimentou a expectativa de uma atividade econômica reduzida nos próximos meses.
Petróleo Brent: Entre 3 e 10 de julho, os contratos futuros do petróleo tipo Brent registraram variação de -0,23%, iniciando o período em US$ 68,80/b e fechando em US$ 68,64/b.
Cenário Nacional: A Petrobras não realizou ajustes nos preços dos produtos vendidos em suas refinarias no período de análise.
Taxa de Câmbio: Entre 3 e 10 de julho, a taxa de câmbio do real em relação ao dólar teve valorização de 2,26%, iniciando o período em R$ 5,42/US$ e fechando em R$ 5,54/US$.