Análise Semanal da Defasagem – 14/03/2025

No informe de hoje, 14 de março, divulgamos os dados diários e semanais do CBIE sobre defasagem da gasolina, diesel e GLP.
Os preços da gasolina e do GLP comercializados no mercado doméstico apresentaram defasagem em relação à referência internacional. Por outro lado, o diesel vendido nas refinarias nacionais apresentou prêmio comparado ao mercado externo.
Os preços de paridade de importação foram calculados com base nos preços internacionais da gasolina, diesel, GLP e da taxa de câmbio no fechamento do mercado no dia 13/03.
Cenário Internacional – No período de análise, os contratos futuros do petróleo e seus derivados apresentaram alta volatilidade, fechando o período com ajuste positivo moderado. O principal fator por trás dos movimentos do barril foi a antecipação de novos movimentos de Donald Trump e a reação de seus parceiros comerciais. O preço da commodity também foi influenciado fortemente por novas movimentações geopolíticas no Oriente Médio e pelo acompanhamento dos estoques comerciais de petróleo nos Estados Unidos (EUA).
O presidente norte-americano afirmou que a economia de seu país deve se preparar para um “período de transição” sob a sua nova política tarifária. O comentário do executivo desencadeou perdas expressivas na bolsa de valores do país, levando o S&P 500 ao patamar mais baixo em cerca de 6 meses. Posteriormente, novas promessas de Donald Trump alimentaram a insegurança de agentes do mercado, a maior fonte de insegurança foram ameaças de tarifas retaliatórias de até 200% sobre bebidas alcoólicas vinda da Europa. Apesar do movimento não ter impacto direto no setor, ele sinaliza mais um passo na direção de uma guerra comercial declarada entre grandes potências mundiais, minando a confiança de investidores.
Sob o ponto de vista da geopolítica, duas variáveis tiveram impacto notável nas negociações do setor. Primeiro, a perspectiva de novas sanções dos EUA contra a indústria de Óleo e Gás (O&G) iraniana. A principal preocupação de agentes do mercado é de que a nova onda de embargos possa resultar em uma oferta mais restrita no curto prazo, impulsionando os preços do barril. Em seguida, o energético recebeu forte suporte de declarações de extremistas Houthis, do Iémen, em ameaça à navios com destino ou origem de Israel que atravessem o Mar Vermelho. O grupo alega que as agressões irão durar enquanto vigorar o atual bloqueio à entrada de ajuda humanitária em Gaza.
No último dia de análise, houve uma revisão da projeção da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) para a demanda global por petróleo em 2025 que pressionou os preços do barril. A agência reduziu em 100 mil barris por dia (b/d) sua estimativa de crescimento da demanda global em 2025 e projetou um superávit de cerca de 600 mil b/d para o ano. A instituição ainda ressaltou a possibilidade de um superávit de 1 milhão de b/d caso a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus Aliados (OPEP+) retorne aos mercados.
Petróleo Brent – Entre 6 e 13 de março, os contratos futuros do petróleo tipo Brent registraram variação de +0,60%, iniciando o período em US$ 69,46/b e fechando em US$ 69,88/b.
Cenário Nacional – A Petrobras não realizou ajustes nos preços dos produtos vendidos em suas refinarias, na data de análise.
Taxa de Câmbio – Entre 6 e 13 de março, a taxa de câmbio do real em relação ao dólar teve valorização de 1,12%, iniciando o período em R$ 5,75/US$ e fechando em R$ 5,81/US$.