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Em um campo de produção offshore, a disposição de uma unidade flutuante e a delimitação do seu posicionamento – chamado passeio – é feito basicamente de duas maneiras: por sistema de posicionamento dinâmico (Dynamic Positioning – DP) ou pelo sistema de amarração por linhas de ancoragem, que são utilizados de acordo com o tipo de embarcação, profundidade e tempo de estadia.

O sistema de posicionamento dinâmico (DP) tem por função garantir que a embarcação possua o controle automático de sua posição e aproamento, através de propulsores, geralmente instalados no casco da unidade, responsáveis pela movimentação em todas as direções, restaurando o posicionamento ideal através da comunicação por um sistema de GPS, enviando informações para o cálculo da restauração da posição ideal. Para que o sistema opere, é necessário o uso de combustível para que estes propulsores se mantenham ativos. Esse tipo de sistema é cabível quando a unidade flutuante precisa se manter geoestacionária durante uma missão ou serviço com duração de poucas horas ou dias, de forma que o tempo para lançar e interligar linhas de ancoragem seria incompatível com os requisitos funcionais de alta disponibilidade.

Alternativamente, as linhas de ancoragens – mais utilizadas para garantir o posicionamento – são compostas por âncoras, conectores e linhas, de diferentes tipos e materiais, subdividindo os sistemas em três configurações: ancoragem convencional disposta em catenária, ancoragem Taut-leg e ancoragem vertical. Desses há dois tipos de distribuição: ponto único de amarração (SPM – Single Point Mooring) e ancoragem distribuída (SP – Spread Mooring). Abaixo, segue a representação básica de duas linhas de ancoragem, do tipo catenária (primeira imagem) e do tipo taut-leg, ilustrada na figura 1.

Figura 1: Disposição de Dois Tipos de Ancoragem em Plataformas

Fonte: LACERDA, G. A. T. D. Análise de Sistemas de Ancoragem de Plataformas Flutuantes. Trabalho Final de Conclusão de Curso, Escola Politécnica, UFRJ. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2005.

No mar, carregamentos ambientais como ventos, ondas e correntezas interferem diretamente no posicionamento de unidades e sua integridade, principalmente unidades flutuantes que utilizam cabos de amarrações para manter seu posicionamento original, dentro dos limites de projeto. A unidade, sob ação destes carregamentos, sofre um deslocamento horizontal inversamente proporcional à rigidez do sistema, onde quanto mais alta a rigidez menor será o deslocamento. A variação desta rigidez também irá depender do tipo de sistema, ambiente marinho e tamanho da lâmina d’água, sendo maior ou menor diante do cenário instalado.

Sistemas de ancoragens de uma FPU (Floating Production Unit – Unidade Flutuante de Produção) têm por objetivo a transferência de esforços que a estrutura recebe – devido à tais cargas ambientais – ao leito marinho, favorecendo sua estabilidade. A desenvoltura de cada ancoragem e o quanto ela resiste, vai depender das propriedades dos materiais e do solo a ser ancorado. Principalmente, se tratando dos materiais associados à composição da linha, eles devem dispor de resistência excedendo as cargas e ser estáveis ao longo da vida útil do sistema, por interferir mandatoriamente na estabilidade e sucesso das operações tanto de exploração quanto produção.

(Fonte: CBIE)