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A gasolina e o óleo diesel estão entre os principais combustíveis fósseis, processados nas refinarias de petróleo. Para chegar até o consumidor final, passam por armazéns em bases primárias e secundárias das Distribuidoras de Combustíveis até chegar aos postos de abastecimento. Das refinarias, chegam até as bases primárias por meio de oleodutos, construídos em aço e que podem ser subterrâneas. Nas bases primárias, são armazenadas em tanques verticais ou horizontais conectados com válvulas às tubulações. Das bases secundárias para as bases primárias, os combustíveis seguem por meio de caminhões-tanque.

A distribuição organizada de gasolina tomou impulso no Brasil na década de 1910, quando chegaram as primeiras distribuidoras, atraídas pela demanda crescente por combustíveis no Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais. A primeira a se instalar no país foi a norte-americana Standard Oil (a Esso, como seria denominada mais tarde). A partir da década de 1920, a frota de automóveis cresceu vertiginosamente e as estradas principais do país começaram a ser construídas, em um processo que dura até hoje. Em 1931, o aumento da demanda em meio à crise econômica levou o país em nome da economia de divisas com a compra de derivados, o país começou a adicionar álcool anidro (sem água) à gasolina importada, na proporção de até 5%, visando também ao aproveitamento de excedentes da produção nacional de cana-de-açúcar. Por isso, as distribuidoras só podiam adquirir o álcool-motor, como era chamado, das usinas brasileiras. Ao Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), criado em 1933, coube a responsabilidade de regulamentar os preços do álcool carburante, o estabelecimento de cotas de produção e a fixação de percentuais de mistura. Em 1953, Getúlio Vargas sancionou a Lei 2.004, que criou a Petrobras instituiu o monopólio da União sobre as atividades petrolíferas — com exceção da distribuição. Nas décadas seguintes, a Petrobras foi responsável pela construção de refinarias para suprir a demanda doméstica e minimizar a importação de derivados. Isto se mostrou de fundamental importância com a ocorrência das Crises do Petróleo de 1973 e 1979, quando foi instituído o programa Pró-Álcool para o incentivo à produção e consumo do etanol como substitutivo aos derivados de petróleo.

Ao longo dos últimos cinquenta anos, o setor de distribuição de combustíveis passou por diversas fases de expansão da concorrência, diversas intervenções do Estado, disputas entre as grandes empresas, consolidação e fusões, e até tentativas de implantar um monopólio estatal no setor. Atualmente, a distribuição é um mercado consolidado, com três grandes players (BR, Raízen e Ipiranga) e 163 distribuidoras de menor porte participando, como apresentado na figura abaixo, que mostra o market share do mercado de distribuição de combustíveis:

Market share por Distribuidora de Combustíveis. (Fonte CBIE)

O Brasil é o 7º maior consumidor de derivados de petróleo do mundo, com tendência de crescimento nos combustíveis, ao contrário de mercados mais maduros. A maior parte dos combustíveis consumidos é o óleo diesel, seguido pela gasolina, com o etanol vindo em terceiro lugar.

Volume médio de combustível comercializado no Brasil. (Fonte: CBIE)

Para sustentar o crescimento sustentável da demanda, é preciso que os preços se mantenham a níveis acessíveis para a população, acompanhando o mercado internacional, sem intervenção do governo nos preços. O aumento da demanda precisará ser acompanhado do crescimento da capacidade de oferta, com investimentos previstos em infraestrutura de combustíveis para os próximos cinco anos de quase R$ 24 bilhões. Uma das necessidades principais é construção de usinas, destilarias e plantação de cana-de-açúcar para suprir a demanda por etanol. A construção e expansão de oleodutos para transporte dos combustíveis é necessária para melhorar as conexões entre portes e terminais de armazenamento e distribuição.