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O etanol é substância química, também conhecida como álcool, utilizada como combustível para veículos automotivos, que é produzido por meio de uma sequência de processos físico-químicos tais como fermentação, a destilação e a desidratação. O Brasil foi um dos pioneiros do uso comercial do etanol em larga escala, como iniciativa para substituição dos combustíveis fósseis em períodos de altos preços de petróleo e seus derivados no século XX.

Lançado em 1975, o Proálcool foi um programa do governo brasileiro para substituição dos carros movidos por petróleo pelos movidos à etanol (álcool) devido à primeira crise do petróleo, em 1973, quando o preço do barril do petróleo e por consequência de seus derivados subira significativamente. O programa foi tão bem-sucedido que em 2018 quase metade do consumo da frota de veículos leves foi de etanol.

Atualmente são produzidos dois tipos de etanol, o anidro e o hidratado. O etanol hidratado é uma mistura de álcool e água com grau mínimo de 92,6% – volume de álcool presente na solução. O etanol anidro tem um grau mínimo de 99,3% e é utilizado como combustível misturado na gasolina. Desde 2010, o percentual obrigatório de etanol anidro na gasolina comercial é 25%.

O Etanol pode ser produzido a partir de vegetais e cereais como por exemplo a cana-de-açúcar, beterraba, milho, trigo e a mandioca, sendo por isso considerado um combustível renovável. No Brasil se baseia na cana-de-açúcar, que leva vantagem por ser mais produtivo.

A preocupação com emissões de dióxido de carbono a partir de fontes fósseis tornam a necessidade de substituir derivados do petróleo uma constante nos nossos dias. Como o Brasil é dependente da gasolina para automóveis, e sua demanda continuará crescendo nas próximas décadas, o etanol é considerado uma alternativa essencial para diminuir as emissões causada pelo setor de transporte. Estas condições, além da possibilidade de utilização do enorme potencial brasileiro de aproveitamento para o etanol da produção dos canaviais, conforme apresentado na figura 1, possibilitaram o crescimento de uma enorme indústria doméstica. Devido à estratégia de tornar o Brasil menos dependente da importação de derivados fósseis e expandir o mercado de biocombustíveis, incentivos governamentais asseguraram a oferta em períodos de menor competitividade.

Figura 1 – Regiões Canavieiras do Brasil

Fonte: Nipe-Unicamp, IBGE e CTC

A produção brasileira de etanol, conforme apresentado no Gráfico 1, concentra-se nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que produzem 60% e 29% do total de biodiesel, respectivamente. As regiões Nordeste e Sul também produzem uma parcela relevante do etanol doméstico, enquanto a Região Norte não é grande produtora por ser a localização primária da Floresta Amazônica.

Gráfico 1 – Produção de Biodiesel por Região

Fonte: ANP

O processo industrial de produção de etanol a partir da cana-de-açúcar já está bastante automatizado. A safra da cana-de-açúcar é sazonal, mas a colheita dura grande parte do ano, iniciando-se em maio e terminando em novembro. Com base na maturação das áreas plantadas, a cana é cortada de forma planejada em períodos diferentes. Conforme observado na Figura 2, colheitadeiras mecânicas colhem a cana e a transferem para tratores ou caminhões para que o produto seja transportado até as destilarias/usinas.

Figura 1 – Regiões Canavieiras do Brasil

Fonte: Reprodução de foto de Marcelo Brandt/G1

Nas destilarias, a cana passa por um processo de lavagem em que as impurezas são retiradas. Após a limpeza, a cana é moída e transformada em melado, que também passa por uma peneira para separar resíduos e bagaço, que fica armazenado em um tanque para decantar. A etapa seguinte do processo é a fermentação, quando são produzidos açúcar não fermentado e etanol. Então, o etanol é processado em colunas de destilação, onde é aquecido até evaporar. Na evaporação e posterior condensação, o etanol com grau de mais de 95% de pureza é separado. O último processo pelo qual o etanol passa é a desidratação, onde retira-se o resto de água do combustível para atingir um grau de quase 100%. Armazenado em grandes tanques, este etanol está pronto para ser transportado para distribuidoras de combustíveis e postos de combustíveis.

(Fonte: CBIE)