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O etanol é um biocombustível, que no Brasil é produzido a partir da cana-de-açúcar. As usinas de cana têm processos similares para produção tanto de etanol quanto de açúcar, seus dois principais derivados. Devido a essa flexibilidade, a proporção de cada produto varia de acordo com elementos de mercado, como preço do petróleo, cotação do dólar e preço do açúcar no mercado.

O etanol está presente de duas formas diferentes nos motores a combustão. Primeiro existe o consumo direto, com o álcool abastecido na bomba dos postos, chamado de etanol hidratado, utilizado diretamente como alternativa à gasolina nos motores flex-fuel. Com a difusão dessa tecnologia, entre a década de 80 e o início do século XXI, o consumidor passou a ter oportunidade de optar pelo combustível de preferência no momento do abastecimento. Em linhas gerais, o etanol é mais econômico se custar até aproximadamente 70% do preço da gasolina.

Existe ainda um consumo indireto de etanol, por meio do etanol anidro que é misturado na gasolina pura (Gasolina A) para compor a Gasolina C, disponível nos postos. Até 2018 o percentual estabelecido em lei para a mistura é de 73% de Gasolina A e 27% de etanol anidro. O RenovaBio, programa do governo para o setor de transportes, propõe o aumento desse percentual para 30% até 2022 e 40% até 2030.

O processo industrial para obtenção de etanol também resulta na geração de bagaço de cana, utilizado para geração de energia. Atualmente, essa fonte já corresponde a 17,4% da oferta total de energia, sendo a maior dentre as renováveis. A Figura 1 mostra o processo das usinas, com destaque para a similaridade entre açúcar e etanol e a conexão com as torres de transmissão para venda da energia excedente.

 

Figura 1. Processo interno nas usinas de cana. Fonte: Revista Galileu – “Participação
de 
usinas de cana na geração de energia do país poderia ser seis vezes maior”.