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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), uma das mais importantes organizações internacionais do setor de petróleo, foi criada na Conferência de Bagdá de 1960 para coordenar de maneira centralizada a política petrolífera de seus países membros. O objetivo inicial da organização foi se opor às grandes petroleiras multinacionais da época (majors), de origem nos EUA, Inglaterra e Holanda, acusadas por estes países de formar um cartel para dominar o mercado de petróleo global na época.

Dos cinco membros fundadores da OPEP, quatro eram do Oriente Médio (Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait) e um da América do Sul (Venezuela). Nos anos seguintes, foram convidados mais dois países do Oriente Médio: Emirado Árabes Unidos (EAU) e Qatar. Da América do Sul, o Equador foi convidado, da Ásia, Indonésia, e da África, mais seis países: Angola, Argélia, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia e Nigéria.

Ao finalmente restringir a oferta de petróleo no mercado internacional por meio de uma gradual nacionalização de reservas, a OPEP impulsionou os preços do barril de petróleo, gerando uma crise econômica global conhecida como Choque do Petróleo em 1973, que foi sentida fortemente nos EUA e também no nosso Brasil, países muito dependentes da importação de óleo cru. O Segundo Choque do petróleo, em 1979, incentivou os países fora da OPEP a adotarem políticas para reduzir a sua dependência de petróleo externo. No caso do Brasil, houve a introdução do Pró-Álcool e maior investimento da Petrobras no desenvolvimento da produção <em>offshore </em>nos anos 80.

Nos dias de hoje, a OPEP continua tendo um papel relevante no controle da produção de seus países-membros com o objetivo de maximizar o aproveitamento de suas reservas, embora atualmente a organização esteja interessada também em manter previsibilidade de preços ao invés de simplesmente choques de aumentos. Por exemplo, em meados de 2016, quando os preços do petróleo haviam atingido um nível muito baixo após uma queda no final de 2014, a OPEP acordou de limitar a produção dos países-membros, por meio da Declaração de Cooperação, em parceria com a Rússia e outros países não-OPEP, iniciando um longo e gradual processo de aumento de preços, como observado no Gráfico 1:

Gráfico 1 – Preço do Barril de Petróleo

Gráfico 1 – Preço do Barril de Petróleo
Fonte: CBIE, com dados da EIA

Atualmente, países membros possuem cerca de 70% das reservas mundiais de petróleo e controlam cerca de 40% da produção mundial, além de ofertar cerca de 60% das exportações mundiais. Dos quinze maiores produtores mundiais, oito são da OPEP, conforme observado abaixo:

países membros possuem cerca de 70% das reservas mundiais
Fonte: EIA
Maiores Produtores de Petróleo
Fonte: EIA

Tabela 1  Maiores Produtores de Petróleo

Tabela 1 – Maiores Produtores de Petróleo

Fonte: EIA

Em seu mais recente relatório mensal, a OPEP previu a demanda de petróleo para 2019 alcançando um pouco mais de 100 milhões b/d, um aumento de 1,29 milhões de b/d com relação a 2018, com a maior parte desse crescimento vindo da Ásia, liderado pela Índia e seguido pela China. O relatório da OPEP prevê também que a oferta de petróleo pelos países não-membros da OPEP chegue a um pouco mais de 62 milhões de b/d em 2019. O relatório prevê que os principais impulsionadores do crescimento da demanda serão os Estado Unidos, o Brasil, o Canadá, o Cazaquistão, o Reino Unido e a Austrália, enquanto o México, a Noruega, a Indonésia e o Vietnã representarão as maiores quedas. Apesar do crescimento da produção dos países não-membros, a OPEP continua tendo influência estabilizadora no mercado global de petróleo.