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O principal combustíveis para uso pela aviação são o querosene de aviação (QAV), usado em turbinas a jato, também utilizado em helicópteros dotados de motores à turbina ou aviões menores com turboélices. Este é o combustível mais importante para o transporte por vias aéreas nas principais rotas comerciais do mundo, enquanto um combustível menos utilizado conhecido como gasolina de aviação é o segundo mais utilizado em rotas curtas fora do circuito principal internacional.

O querosene de aviação, comercializado pela Petrobras como QAV-1 também conhecido no mercado internacional como Jet-A1, é um derivado de petróleo utilizado em motores movidos a turbina. A expressiva evolução da indústria aeronáutica ao longo do século XX e início do século XXI determinou atualizações sistemáticas nas especificações dos combustíveis de aviação, caracterizando-as como as mais dinâmicas em relação a todos os produtos derivados de petróleo. As exigências de segurança são fatores importantes para a produção, controle e manuseio do QAV, uma vez que desvios de qualidade podem resultar em acidentes aéreos. Há diferentes tipos de querosene que se dão principalmente pela região de utilização, ponto de fulgor e ponto de congelamento – havendo adequações do produto às questões de segurança e necessidades específicas, como por exemplo, uso militar ou o uso em condições de frio extremo (Jet B).

Figura 1 – Uso do QAV na Aviação


(Fonte: Reprodução)

A produção brasileira de QAV atingiu 6,3 bilhões de litros em 2018, 3,4% a mais que no ano anterior e um recorde histórico. As importações mostram uma tendência de queda nos últimos dez anos e o consumo aparente no país continua crescendo apesar das crises e estagnação econômica desde 2014. Atualmente, o QAV é produzido em dez refinarias da Petrobras, sendo as principais a Revap (30% da produção nacional), Reduc (22%), Replan (18%) e Regap (11%). A Revap, por exemplo, abastece 80% da demanda de querosene de aviação no mercado paulista e 100% do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o de maior movimento aeroviário do Brasil.

Gráfico 1 – Histórico de produção, exportação e importação de QAV no Brasil

(Fonte: ANP)

O processo industrial de produção de QAV se dá pelo processo típico de refino chamado fracionamento por destilação atmosférica. Neste refino, o QAV são a partir da vaporização dos hidrocarbonetos do petróleo, em um ponto de ebulição mais elevado (entre 170° C e 240° C) que a gasolina comum. Contando com os isômeros, as moléculas de QAV contém cadeias de 9 a 15 carbonos, mais que as da gasolina. Inicialmente as primeiras turbinas de aviões foram desenvolvidas para consumirem combustível com faixa de destilação semelhante à do querosene de iluminação. Mas o QAV moderno precisa passar por um processo de hidrotratamento para eliminar impurezas como o enxofre (limite máximo de 0,3% da massa total), além de vários aditivos para serem colocados neste combustível.

Figura 2 – Processo de Destilação de QAV

(Fonte: Reprodução)

Os requisitos básicos que o combustível para turbina QAV deve atender, que garantam que ele se mantenha como um líquido homogêneo nos tanques do avião e no sistema de combustível, são baixa pressão de vapor, mínima tendência de formação de depósitos, baixo ponto de congelamento e ser isento de água. A especificação do querosene de aviação no Brasil é determinada pela Resolução ANP nº 37/2009.

(Fonte: CBIE)