Aumenta a defasagem negativa entre o preço de refinaria da gasolina e diesel
De acordo com a atualização mais recente, em 18 de outubro, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 0,76/ litro (ou -19,7%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se ao aumento de 0,7% no preço internacional do diesel, somado ao aumento de 0,1% na taxa de câmbio (R$/US$), com relação à semana anterior (11/10). Não houve ajustes no preço de refinaria doméstico do diesel na semana em análise.
Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:
O preço da gasolina doméstica ficou R$ 0,82/litro (ou -21,6%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA), em 18 de outubro. O resultado teve influência da elevação de 3,1% no preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da variação da taxa de câmbio, citada acima. O preço de refinaria nacional da gasolina, também, não foi ajustado, na semana em análise.
Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:
No período em análise, o preço do barril de petróleo tipo Brent permaneceu sob influência dos efeitos da pandemia do coronavírus (Covid-19). A retomada das atividades pelas economias segue ampliando a demanda de forma geral, sobretudo por energia, mas a oferta se mantém aquém do desejado, crescendo em ritmo menor, e inflando os preços em diferentes setores. Os gargalos no fornecimento de gás natural ajudaram a impulsionar a cotação da commodity. A crise energética ameaça as cadeias produtivas e causa incerteza no mercado.
A cotação da commodity, também, foi influenciada pela alta nos preços do barril de petróleo, que alcançou ainda essa semana o valor de US$ 85, primeira vez a alcançar o patamar desde outubro de 2018. No início da semana em análise, o preço do barril havia desacelerado levemente devido as expectativas sobre: os relatórios da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+), divulgado em 13 de outubro, e da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e da publicação dos níveis de atividade industrial, devido à crescente crise de fornecimento energético. A Arábia Saudita, maior produtora de petróleo da organização, recusou os pedidos de oferta adicional da OPEP+ e da IEA, dando novo fôlego ao crescimento de preços.
Na semana de referência, a OPEP, em seu relatório de outubro, revisou negativamente a projeção de crescimento da demanda por petróleo ao final de 2021, segundo a organização haverá uma redução de 160 mil barris por dia (b/d). De acordo com o relatório, apesar das expectativas para o quarto trimestre serem positivas, resultados abaixo do esperado nos primeiros três trimestres do ano levaram à reanálise da estimativa apresentada anteriormente. A IEA por sua vez, revisou, em seu relatório mensal do mercado de petróleo, positivamente suas previsões acerca do crescimento da demanda de petróleo no restante de 2021, e ao longo de 2022, em 170 mil b/d e 210 mil b/d, respectivamente. A revisão da agência vem em resposta ao crescimento da demanda pelo insumo, gerada pelo agravamento da crise energética internacional. Segundo as novas estimativas da IEA, em 2022 a demanda por petróleo alcançará níveis pré-pandêmico.
A divulgação dos balanços coorporativos referentes ao terceiro trimestre do ano, nos Estados Unidos (EUA), indicando que a recuperação da economia do país segue forte, também, influenciaram os preços do petróleo. Segundo a FactSet, das 35 companhias do S&P 500 que reportaram seus resultados, 80% superaram as expectativas do mercado, com balanços melhores do que os apresentados nos três trimestres anteriores. Os dados relacionados à venda no varejo de setembro, também, superaram as expectativas e impulsionaram a alta na cotação do petróleo.
Os dados oficiais de estoques de petróleo nos EUA, divulgados na última semana, indicaram uma alta maior do que a esperada. De acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE, na sigla em inglês), os estoques norte-americanos de petróleo subiram 6,1 milhões de barris. De acordo com relatório mais recente da Agência de Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês), em 426,5 milhões de barris, a reserva norte-americana se encontra em nível 6% inferior ao observado na média dos últimos 5 anos para o mesmo período.
Segundo dados do DoE e da EIA, houve queda acima do esperado no inventário de gasolina nos EUA e demanda crescente pelo combustível. Apesar da alta do preço ao consumidor, o estoque estadunidense caiu 2 milhões de barris, alcançando o nível de 223,1 milhões de barris, já as reservas de destilados, como óleo diesel e óleo para calefação, se mantiveram estáveis, contrariando as expectativas de queda. A demanda de gasolina observada na média das últimas quatro semanas foi a maior para o período desde 2007.