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De acordo com a atualização mais recente, em 6 de junho, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 0,78/litro (ou -13,7%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se ao aumento de 10,1% no preço internacional do diesel, e de 1,2% da taxa de câmbio (R$/US$) com relação à semana anterior (31/5). Durante o período de referência não houve reajustes no preço do diesel nas refinarias nacionais.

Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:

Na média semanal (de 31 de maio a 6 de junho), o preço do diesel na refinaria nacional ficou R$ 0,56/litro (ou -10,14%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA).

O preço da gasolina doméstica ficou R$ 1,75/litro (ou -31,2%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA), em 6 de junho. O resultado teve influência do aumento de 8,9% no preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da variação da taxa de câmbio, citada acima. Durante o período de referência não houve reajustes no preço da gasolina nas refinarias nacionais.

Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:

Na média semanal (de 31 de maio a 6 de junho), o preço da gasolina na refinaria nacional ficou R$ 1,58/litro (ou -28,9%) abaixo do preço do Golfo do México.

No período de análise, a cotação do barril de petróleo manteve ganhos consistentes, refletindo movimentos especulativos relacionados ao abastecimento no curto prazo, dadas as repetidas interrupções em cadeias de produção, e a falta de capacidade ociosa de grandes produtores frente à demanda crescente pela commodity. Agentes do mercado encontraram um cenário menos turbulento, com os riscos associados as novas sanções contra a Rússia, assim como aqueles relacionados aos impactos das medidas restritivas na China, já indexados ao preço.

Em 2 de junho, foi realizada a 29ª Reunião Interministerial da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+). Em reposta a pressão internacional pelo aumento da oferta, a organização vai expandir seu plano de incremento mensal da produção para 648 mil barris por dia (b/d) no mês de junho. O grupo também optou por prolongar o período de compensação até dezembro de 2022, contemplando os pedidos de países que deixaram de alcançar os objetivos. Apesar da decisão apontar para um aumento da oferta no curto prazo, as falhas consecutivas em atingir as metas anteriores, ainda mais baixas, colocaram em xeque a confiança do mercado em relação à garantia de produção da OPEP+. Assim, o que geralmente teria um efeito de baixa, na verdade sinalizou aos agentes um possível desequilíbrio, alimentando as expectativas de alta.

Para além da dinâmica de oferta e de demanda, os altos níveis de preços, junto às repetidas interferências na tentativa de controlá-los, vêm causando alterações nas “regras do jogo” do setor. O governo da Hungria anunciou a implementação de uma windfall tax, caracterizada como um imposto repentino sobre lucro extraordinário, em diversos setores de sua economia, com foco no segmento de óleo e gás. O Reino Unido também promoveu medida similar recentemente, e conversas acerca do tema já são levantadas em outros países, como no Brasil. A mudança de regimes tributários pode impactar nos níveis de investimento e rentabilidade do setor, agregando maior risco político aos preços da commodity.

Outros dois fatores foram importantes para a cotação do petróleo: a retomada da produção no campo El Sharara, na Líbia, e a divulgação de dados demonstrando o redirecionamento das exportações de energéticos russos para a Ásia. O campo libanês estava parado desde 18 de abril, sitiado por ativistas rebeldes, e o retorno de suas atividades pode aumentar em até 300 mil b/d a oferta do país. Na Ásia, segundo informações do governo indiano, contratos de compra de até 6 meses de petróleo da Rússia estão em elaboração, e se somariam ao volume já absorvido pela Índia. Na China, a perspectiva de recuperação da demanda nos próximos meses também significa um crescimento iminente da importação da commodity russa.