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De acordo com a atualização mais recente, em 29 de novembro, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 0,32/litro (ou -8,8%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se ao aumento de 3,2% no preço internacional do diesel, junto ao aumento de 0,5% na taxa de câmbio (R$/US$), com relação à semana anterior (22/11). Não houve ajustes no preço de refinaria doméstico do diesel na semana em análise.

Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:

Na média semanal (de 22 a 29 de novembro), o preço do diesel na refinaria nacional ficou R$ 0,29/litro (ou -7,9%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA).

O preço da gasolina doméstica ficou R$ 0,14/litro (ou -4,0%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA), em 29 de novembro. O resultado teve influência da queda de 4,8% no preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da variação da taxa de câmbio, citada acima. O preço de refinaria nacional da gasolina, também, não foi ajustado, na semana em análise.

Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:

Na média semanal (de 22 a 29 de novembro), o preço da gasolina na refinaria nacional ficou R$ 0,33/litro (ou -9,4%) abaixo do preço do Golfo do México.

No período em análise, o preço do barril de petróleo tipo Brent permaneceu sob influência dos efeitos da pandemia do coronavírus (Covid-19). O número de casos registrados na Europa continua crescendo em meio a quarta onda de infecções da doença. Durante a última semana, a Organização Mundial da Saúde (WHO, na sigla em inglês) identificou uma nova variante de Covid-19 na África do Sul, nomeada de Ômicron. Os efeitos da variante ainda são desconhecidos. Segundo o corpo de saúde pública da Organização das Nações Unidas (UN, na sigla em inglês), “essa variante tem um grande número de mutações”, que podem deixá-la mais transmissível que suas “irmãs”, o que levou a WHO a classificá-la como “preocupante”, em sua escala de aviso de novas variantes. Uma série de países, como Índia, Irã, Australia, Brasil e outros, respondeu ao anúncio da nova variante com a imposição do fechamento de fronteiras para países da África, onde a Ômicron foi identificada, enquanto outros se juntaram aos governos europeus, que já passavam por uma quarta onda de contaminação, e decretaram a volta de medidas sanitárias restritivas à sua população. O aparecimento da variante alimentou as preocupações, já existentes devido à nova onda, de outro choque na demanda por energéticos. A resposta dos agentes de mercado ao anúncio foi rápida e significativa, com uma queda de 13% no valor do barril de petróleo americano, e 12% nos preços britânicos, as maiores baixas desde abril de 2020, quando as medidas sanitárias começaram a ser impostas mundialmente.

Os dados oficiais de estoques de petróleo nos Estados Unidos (EUA), divulgados na última semana, indicaram queda nos estoques da commodity. De acordo com o relatório semanal da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), os estoques norte-americanos de petróleo cresceram 1 milhão de barris, chegando a 434 milhões ao final do período de análise, volume 7% menor do que a média dos últimos cinco anos. Para além, o relatório reportou, também, queda de 0,6 milhões de barris nos estoques norte-americanos de gasolina, que atualmente se encontra em nível 6% menor do que a média dos últimos cinco anos.

A cotação da commodity foi influenciada, também, pela decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de liberar, em parceria com outros 5 grandes consumidores de petróleo, barris de suas respectivas reservas estratégicas de petróleo. A medida foi anunciada em 23 de novembro, através de comunicado oficial do chefe de estado norte-americano, onde foi descrito o método que será utilizado para liberação, além de informar o volume a ser injetado no mercado, de 50 milhões de barris. Além do EUA, a China, a Índia, o Japão, a Coréia do Sul e o Reino Unido, anunciaram que também participarão da iniciativa. O movimento é uma tentativa dos países consumidores abaixarem o preço do barril de petróleo, aumentando a sua oferta no mercado internacional, após a Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) recusar os pedidos, realizados pelos EUA, Japão e China, de aumento do incremento de produção previsto para os próximos meses. Os efeitos da liberação nos preços do barril foram encobertos pelo aparecimento da variante Ômicron, e mitigados pela indexação do volume a ser liberado nas variáveis de analistas de mercado.

Em resposta à instabilidade do mercado na última semana, a OPEP+ adiou a realização de sua reunião mensal, sob o pretexto de aguardar novas informações acerca da variante, que pode influenciar profundamente o comportamento dos mercados nas próximas semanas. Traders observam cautelosamente os passos da organização. Circulam rumores de que uma redução em nos planos de produção da OPEP+ está a caminho, não só por razões sanitárias, mas também como uma resposta à decisão do EUA, e outros, de liberar parte de suas reservas da commodity.

Alguns analistas do setor, como o chefe do departamento de pesquisa de equidade energética da JPMorgan, que acredita que o preço do barril Brent vai alcançar US$ 125 em 2022, e US$ 150 em 2023, apontam para uma recuperação rápida dos valores do petróleo, pois acreditam que o efeito da variante será menor que o esperado, e sua chegada pode representar o fim da pandemia da Covid-19. Entretanto, ainda há muita incerteza acerca dos possíveis impactos da Ômicron na demanda de curto-prazo.