Defasagem negativa entre o preço do diesel nas refinarias diminui e diferença na gasolina se mantém
De acordo com a atualização mais recente, em 27 de junho, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 0,36/litro (ou -6%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se a queda de 3,7% no preço internacional do diesel, e aumento de 1,1% da taxa de câmbio (R$/US$) com relação à semana anterior (20/6). Em 18 de junho, a Petrobras realizou um reajuste de 14,2% no preço do diesel nas refinarias nacionais.
Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:
O preço da gasolina doméstica ficou R$ 1,59/litro (ou -28,1%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA), em 27 de junho. O resultado teve influência do avanço de 1,7% do preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da variação da taxa de câmbio, citada acima. Tal como para o diesel, em 18 de junho, a Petrobras reajustou o preço da gasolina na refinaria nacional em teve efeito o reajuste de 5,2%.
Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:
Na semana de análise, a cotação do barril de petróleo voltou a avançar, recuperando as perdas do período anterior, quando foi registrada a primeira queda semanal do ativo desde o início de abril. Apesar das preocupações a respeito da inflação crescente e possível cenário de recessão, a alta do preço da commodity foi impulsionada pelo surgimento de novos riscos a oferta e do crescimento das tensões associadas à guerra entre a Rússia e Ucrânia. É importante notar que, embora o preço da commodity tenha apresentado quedas significativas anteriormente, a tendência não se refletiu no preço dos derivados, que foram sustentados pelo maior consumo na temporada de férias no hemisfério norte, e pela capacidade limitada do parque de refino norte-americano.
No início do período de referência, os preços do energético apresentaram recuperação, em função de rumores de que os países do G7 estariam estudando a possibilidade de price capping, a determinação de um preço-teto, do óleo russo. A conferência entre os países membros do G7 e convidados começou no dia 26, e concretizou os rumores que pressionaram o mercado ao longo do período, porém as especificações do plano ainda serão elaboradas pelos respectivos ministros nacionais de energia.
Em conjunto com a possibilidade de imposição de preço-teto ao petróleo da Rússia, a aproximação da reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para decisão sobre a adesão da Finlândia e Suécia, elevaram as tensões entre a Rússia e os países aliados à Ucrânia. O diretor executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Fatih Birol, frente a um fluxo de gás russo já reduzido, em cerca de três quartos em relação às entregas pré-guerra, emitiu um aviso ao continente europeu: “Considerando o comportamento recente, eu não tiraria da mesa a possibilidade de a Rússia continuar à procura de novas justificativas para reduções do fornecimento à Europa, podendo até mesmo cortá-lo completamente.”. A consequente busca por substitutos ao suprimento russo, alimenta uma competição acirrada pelo gás de outros produtores, e uma demanda crescente por derivados substitutos para suprir as necessidades energéticas da Europa.
Outros acontecimentos relacionados à membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tiveram impacto sobre a cotação da commodity, em menor escala. Josep Borrell, chefe de relações exteriores da União Europeia, anunciou que em breve as conversas sobre novos termos para o acordo nuclear iraniano serão retomadas, reacendendo a esperança de um possível alívio na oferta de petróleo. O governante dos Emirados Árabes Unidos, Sheik Mohammed bin Zayed, declarou, em conversas com o presidente francês, Emmanuel Macron, que a produção de seu país já está em capacidade máxima, enquanto a Arábia Saudita tem apenas 150 mil barris por dia de capacidade ociosa. Por fim, a Companhia Nacional de Petróleo da Líbia declarou estado de force majeure nas suas instalações no Golfo de Sirte, dada a sua inabilidade de cumprir suas entregas e obrigações contratuais, devido ao sítio de rebeldes às suas instalações.