Defasagem negativa entre os preços de refinaria nacional e internacional dos combustíveis reduz
De acordo com a atualização mais recente, em 1° de novembro, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 0,53/litro (ou -13,8%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se a queda de 2,2% no preço internacional do diesel, junto ao aumento de 1,3% na taxa de câmbio (R$/US$), com relação à semana anterior (25/10). Em 26 de outubro, a Petrobras realizou um aumento de 9,1% no preço do diesel nas refinarias nacionais.
Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:
O preço da gasolina doméstica ficou R$ 0,70/litro (ou -18,0%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA), em 1º de novembro. O resultado teve influência da queda de 2,0% no preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da variação da taxa de câmbio, citada acima. Em 26 de outubro, a Petrobras, também, realizou um aumento de 7% no preço da gasolina nas refinarias nacionais.
Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:
No período em análise, o preço do barril de petróleo tipo Brent permaneceu sob influência dos efeitos da pandemia do coronavírus (Covid-19). Na última semana, ainda afetada pela variante delta, a China e países do leste europeu sofrem com o crescimento de casos de Covid-19, o que acende a possibilidade da retomada de medidas de isolamento. Consequentemente, a expectativa de uma nova onda traz apreensão aos agentes de mercado sobre uma possível queda de demanda da commodity a curto prazo. Por outro lado, a retomada das atividades segue ampliando a demanda, sobretudo por energia, mas o crescimento da a oferta se mantém em ritmo menor.
Os dados oficiais de estoques de petróleo nos Estados Unidos (EUA), divulgados na última semana, indicaram aumento inesperado no volume armazenado. De acordo com o relatório semanal da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), os estoques norte-americanos de petróleo subiram 4,3 milhões de barris, alcançando 430,8 milhões ao final da semana de análise, e sinalizando aos investidores uma desaceleração na demanda.
Apesar do acréscimo nos estoques norte-americanos como um todo, informações da EIA apontam queda significativa no inventário do ponto de entrega de Cushing, em Oklahoma. Segundo os dados, o volume armazenado caiu de 31,2 milhões de barris, para 27,3 milhões, a maior queda desde janeiro deste ano, indicando que, apesar da desaceleração na demanda como um todo, cresce a demanda imediata, com contratos do mês seguinte, ou de venda direta, registrando valores significativamente maiores do que o observado em contratos de longo prazo.
O preço da commodity diminuiu em função do anúncio acerca do reinício do acordo nuclear entre Irã e União Europeia. A negociação entre os dois poderes chama a atenção de investidores, pois pode representar o fim das sanções americanas contra o Irã, possibilitando um aumento na oferta de petróleo iraniano no mercado internacional, e encurtando a defasagem entre oferta e demanda que assola a retomada econômica mundial. A reunião entre as partes, para definição dos termos do retorno do acordo, está marcada para 29 de novembro.
Acompanhando o anúncio dos resultados financeiro trimestrais, os dados liberados até o momento pelas grandes companhias do setor de óleo e gás apontam o maior fluxo de caixa livre desde a Grande Recessão. Segundo estimativas de analistas do setor compiladas pela Bloomberg, a Royal Dutch Shell, TotalEnergies, ExxonMobil, Chevron e BP, juntas, reportarão um fluxo de caixa livre combinado de US$ 29 bilhões. Seguindo declarações de executivos das companhias, o valor pode ser utilizado, em parte, para reforçar o compromisso com seus investidores, com retorno nos dividendos, e, parte voltada para a recompra de ações.
A cotação do barril também sofreu influência da expectativa sobre a reunião mensal da OPEP realizada em 4 de novembro. Os EUA, junto a Japão e Índia, solicitam à organização um aumento em relação à meta previamente estabelecida na oferta da commodity, em função de suprir a demanda crescente.