Dessa vez, as mudanças climáticas ajudaram
Inverno ameno na Europa impediu uma crise com o gás natural, mas cenário pode se inverter em 2023, escreve Adriano Pires
Desde o 1º momento da guerra entre Rússia e Ucrânia, o setor de energia foi o tema principal de debates entre integrantes da União Europeia (UE) e países-aliados e revelou ser o “calcanhar de Aquiles” do grupo na disputa econômico-política contra o país invasor. Segundo cálculos da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), em 2021, antes de qualquer sinal da agressão russa, a UE importou 155 bilhões de metros cúbicos (m³) de gás natural do país, cerca de 45% das importações totais do grupo e 40% de seu consumo.
Assim, quando as sanções do setor entraram em vigor e a relação entre a Rússia e o bloco começou a se deteriorar, planejadores e líderes de Estado da UE tinham 2 obstáculos em comum: encontrar novos fornecedores de gás natural e abastecer seus reservatórios, ambos antes da chegada do rigoroso inverno previsto para o hemisfério Norte.