Diminui drasticamente a defasagem negativa entre os preços de refinaria dos combustíveis
De acordo com a atualização mais recente, em 14 de março, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 0,03/litro (ou -0,6%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se a redução de 18% no preço internacional do diesel, e estabilidade da taxa de câmbio (R$/US$), com relação à semana anterior (07/03). Também influenciou para a redução da defasagem negativa, no período de análise, o reajuste de 24,9% no preço do diesel nas refinarias, realizado pela Petrobras a partir de 11 de março.
Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:
O preço da gasolina doméstica ficou R$ 0,45/litro (ou -10,4%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA), em 14 de março. O resultado teve influência a diminuição de 9,9% no preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da permanência da taxa de câmbio, citada acima. Tal como para o diesel, em 11 de março, a Petrobras realizou um reajuste, de 18,8%, no preço da gasolina nas refinarias.
Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:
No período de análise, o preço do barril de petróleo tipo Brent permaneceu sob forte influência da evolução do conflito entre Rússia e Ucrânia, além do retorno das preocupações de uma nova onda de Coronavírus (Covid-19) em centros metropolitanos na China. O número de novos casos da variante Ômicron em cidades do interior chinês vinha crescendo lentamente desde o início de março, quando a administração de pequenas cidades rurais começou a promover o retorno de algumas medidas restritivas. Entretanto, ao final da última semana, o índice de novas infecções viu crescimento súbito, e medidas restritivas severas passaram a ser impostas em grandes centros populacionais e industriais do país, como Shanghai e Shenzhen, onde foi identificado maior difusão do vírus. A perspectiva do retorno de lockdowns e possível impacto na demanda de energéticos da China, traz de volta ao mercado a apreensão e incerteza quanto a situação da pandemia.
De acordo com o relatório semanal da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês), os estoques norte-americanos de petróleo decresceram em 1,9 milhões de barris, atingindo volume de 411,6 milhões ao final do período de análise, volume 13% menor do que a média dos últimos cinco anos. Para além, o relatório reportou, também, perdas de 5,2 milhões de barris nos estoques de combustíveis derivados de petróleo, que atualmente se encontram em nível 18% menor do que a média dos últimos cinco anos para o período.
Em mais uma leva de sanções contra a Rússia, em função do conflito na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, assinou uma ordem executiva proibindo a importação de petróleo, gás natural e carvão mineral com origem russa. O Reino Unido se juntou ao seu aliado na medida e promoveu o banimento das importações de petróleo russo. Entretanto, apesar de pressão por parte de seus parceiros políticos, países da Europa continental não adotaram medidas similares, principalmente em função da possibilidade de retaliação russa, que poderia cortar o suprimento de gás natural via Nord Stream 1, do qual a União Europeia é altamente dependente.
Ao longo da semana de referência, o preço do barril de petróleo sofreu fortes flutuações em função do fluxo constante de novas notícias acerca da evolução do conflito entre Rússia e Ucrânia. Apesar do fornecimento de energéticos russos, com exceção aos países que promoveram sanções, seguir de forma estável, os mercados seguem atentos à possíveis quedas na produção de petróleo ou gás natural, e até mesmo danos colaterais aos sistemas de distribuição que passam por zonas de combate.
Após o ministro de relações exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmar que as sanções contra o país não ameaçam a integridade do acordo nuclear iraniano, rumores acerca da retomada das conversas levaram a uma acentuada queda nos preços no último dia do período analisado. Variações bruscas como essa são a comprovação de um período de alta volatilidade.