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Por Marcelo Loureiro, para a coluna de Míriam Leitão no O Globo.

O leilão de blocos de exploração nesta quinta-feira foi considerado um sucesso. A arrecadação com bônus de assinatura foi de R$ 8,9 bilhões, com direito ao recorde de R$ 4,03 bi por um dos blocos, na Bacia de Campos. Dos 12 blocos arrematados, a Petrobras ficou com apenas um, em parceria com a britânica BP. A estatal teve participação modesta, como já havia apontado a nova administração. Mas o resultado também dá a medida do interesse das estrangeiras por áreas no Brasil.

A ANP, a agência do petróleo, estima investimentos de ao R$ 1,58 bi na fase de exploração. O lance de R$ 4,03 bi que bateu o recorde veio do consórcio entre a francesa Total, a Petronas da Malásia e a QPI, do Catar.

— O leilão teve arrecadação acima das expectativas e os destaques nessa rodada foram a QPI e a Petronas. Não existe setor na economia brasileira com tanta capacidade de gerar investimentos, emprego e arrecadação como a indústria de óleo e gás — diz o consultor Adriano Pires, da CBIE.

Outras gigantes, como Shell, Repsol e Chevron também conquistaram blocos. Na primeira metade desta década, a Petrobras tinha outra postura. Ela costumava arrematar a maioria das áreas em disputa.

Ainda este ano, a Petrobras terá a chance de ser mais agressiva na disputa. A ANP fará mais duas rodadas, no início de novembro. No dia 06, a competição será pelo excedente da cessão onerosa do pré-sal. Os estudos indicam a existência de grande quantidade de óleo na área. A concorrência será grande. São 14 empresas habilitadas, as maiores como Shell, BP e Exxon entre elas. O bônus de assinatura chegará a R$ 106,5 bilhões. No dia seguinte, haverá nova rodada do regime de partilha do pré-sal, com bônus de R$ 7,85 bi.

O resultado vai deixar mais clara a nova postura da Petrobras nas disputas pelos blocos. Porque a atitude das estrangeiras já está evidente. Com as regras atuais e a situação geopolítica confusa em outras regiões produtoras, o Brasil se consolida como opção atraente para as maiores petrolíferas do mundo.

(Fonte: O Globo)