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O Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol) é o gasoduto de transporte que traz o gás natural importado da Bolívia para o Brasil, entrando no país por Corumbá-MT, garantindo o abastecimento de distribuidoras de gás, termoelétricas e refinarias. Ele tem início em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e percorre 136 município em 6 estados (Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). até chegar em Canoas-RS. O Gasbol é o maior gasoduto da América Latina em extensão, com um total de 3.150 quilômetros (km), sendo 557 km na Bolívia e 2.593 km no Brasil. O custo total da obra foi de 2 bilhões de dólares.

Segundo a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), o Gasbol é composto por tubos de aço soldados e enterrados no solo a uma profundidade média de um metro, em uma faixa de terreno com 20 metros de largura, devidamente sinalizada e demarcada, denominada faixa de servidão. Ele opera em alta pressão. No entanto, ao se aproximar das cidades, essa pressão é reduzida para que o gás seja entregue às Companhias Distribuidoras Locais (CDL) através dos pontos de entrega da TBG.

A comercialização de gás entre o Brasil e a Bolívia vinha sido debatida desde os anos 30. Contudo, o projeto do Gasbol teve como marco inicial um acordo entre a Petrobras e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), no qual a YPFB se comprometeu a vender, em um modelo take-or-pay, quantidades crescentes de gás. O acordo foi feito em 1996, inicialmente com a venda de com 8 milhões de m3/d.

A construção do Gasbol teve início em 1997, e em 1999 o primeiro trecho passou a operar. O trecho inicial ficou conhecido como trecho Norte, e passa por Corumbá-MS, Paulínia-SP e Guararema-SP. No entanto, o funcionamento pleno só ocorreu em 2010, com inauguração do trecho Paulínia (SP) – Araucária (PR). Ao entrar no Brasil, o transporte do gás natural passa a ser responsabilidade da TBG.

A estrutura do Gasbol compreende, ao longo do trajeto: 15 estações de compressão (que mantêm a pressão para o transporte); 47 pontos de entrega, ou city-gate (que reduzem a pressão para entregar o gás à distribuidora local); e 4 estações de medição, sendo 3 no Brasil (que controlam pressão e variáveis operacionais). A capacidade total contratada é de aproximadamente 30 milhões de m³/dia, com 80% de pagamento garantido (take-or-pay).

No início dos anos 2010, o gás importado era responsável por cerca de 1/3 da oferta total do Brasil, mas a instabilidade no fornecimento reduziu a participação para pouco mais de 25% entre 2016 e 2018. Até 2019, a Petrobras utilizava 100% da capacidade do Gasbol, no entanto, em meio a abertura do mercado de gás, em julho de 2020, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) retomou a chamada pública para alocação de capacidade do Gasbol para outras empresas.

(Fonte: CBIE)