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Os custos de extração são todos os custos operacionais após a fase de exploração e perfuração de poços, quando uma empresa petroleira finalmente entra na fase de produção de petróleo. Em inglês, é chamado de lifting cost.

Segundo os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), até janeiro de 2019, a Petrobras respondia, como operadora, por 94,91% de todo petróleo explorado no Brasil. Ainda de acordo com a ANP, além da Petrobras, as outras quatro maiores empresas operadoras de petróleo no Brasil (Figura 1) são: Equinor (1,94%), Shell (1,49%), Total (1,0%) e Chevron (0,64).

Figura 1: Produção de Petróleo e Gás Natural por Operador

Fonte: ANP

Portanto, podemos usar os custos de extração da Petrobras para ter uma boa noção do custo nacional. Este custo depende de onde está localizado o petróleo, havendo quatro possiblidades: Pré-Sal, águas rasas, águas profundas (offshore) e terrestre (onshore).

De acordo com o último relatório financeiro divulgado pela companhia, referente ao terceiro trimestre de 2019, o custo de extração no Pré-Sal alcançou um nível sem precedentes, de US$ 5 por barril (b). Já os custos de exploração em águas rasas foram de US$ 31,6/b, em águas profundas de US$ 13,6/b e o onshore de US$ 19,5/b. O custo médio de extração da companhia ficou na casa dos US$ 9,7/b.

No Brasil, os menores custos associados à exploração de petróleo no mar é diretamente proporcional à quantidade extraída. Segundo a Petrobras, sua produção offshore corresponde atualmente a um pouco mais de 94% de todo petróleo produzido pela empresa. O petróleo vindo do Pré-Sal é mais produzido em volume, respondendo por mais 60% de toda produção nacional. Segue em volume de produção, o Pós-Sal profundo e ultra-profundo com 31%, águas rasas com 3% e produção onshore com um pouco mais de 5%.

Não só pela quantidade, a valorização do Pré-Sal na cadeia exploratória tem ganhado força, principalmente de 2014 para cá, quando o custo de exploração recuou 67%, de US$ 15,3 para US$ 5 por barril. A perspectiva é de que, após a maximização da produção de algumas plataformas já operantes e a chegada e rump-up de novas unidades, o custo de extração caia ainda mais.

Enquanto um poço onshore produz em média 35 barris por dia, no Pré-Sal o volume diário gira em torno de 20 mil b/d, conforme observado na Figura 2. O custo de exploração em terra gira em torno de 3,5 vezes mais do que no Pré-Sal, US$ 19,5/b. Dados da ANP mostram que a produção terrestre caiu de 209,1 mil barris por dia (b/d), no ano 2000, para 107,4 mil b/d, em 2019 (média de 12 meses até maio), uma queda quase pela metade.

Figura 2: Produção média por poço nos diferentes ambientes de E&P

Fonte: ANP

A baixa produtividade, porém, não inviabiliza a produção em terra, tendo em vista que abrange a participação de pequenas e médias empresas no setor, além da fácil extração se comparado ao mar, pois devido a menor profundidade onde o óleo está localizado, o custo de capital e a complexidade para iniciar a operação é muito menor.

No mercado internacional, segundo estudos recentes da consultoria norueguesa Rystad Energy Ucube, os custos são bem diferentes de acordo com as regiões e a diversidade de modelos de exploração de petróleo.

Nos Estados Unidos, os dois modelos de produção mais importantes têm custos de extração semelhantes. A produção americana no Golfo do México tem custo médio de extração de US$ 5,2/b, enquanto o custo médio de extração do Shale Oil é de US$ 5,9/b. Esse baixo custo tem facilitado a ascensão do EUA de volta à posição de grande player da produção mundial.

No Oriente Médio, importante centro da produção de petróleo global, o custo é de US$ 3,2/barril, sendo que na Arábia Saudita é de US$ 3/barril, no Iraque de US$ 2,2/barril, e no Irã, o custo médio de extração chega a apenas US$ 1,9/barril. O baixo valor na extração destes países se deve a localização perto da superfície, muito próximo a enormes reservatórios. Isto justifica a região ser tão importante na geopolítica do petróleo.

A Rússia e a Noruega também possuem um baixo custo de extração, de US$ 2,98/barril e US$ 4,2/barril, na devida ordem. No primeiro caso, deve-se especialmente à mão-de-obra barata e infraestrutura de oleodutos de grande escala para escoar o petróleo produzido em seus campos terrestres. Situada defronte ao Mar do Norte, a costa da Noruega possui campos offshore em grande escala que não necessitam de técnicas complexas de exploração.

No entanto, outros países, como a Inglaterra e o Canadá, possuem custos acentuados, US$ 17,4/b e US$ 11,56/b, respectivamente. Na Inglaterra, a maioria dos campos na sua parte do Mar do Norte estão em produção desde a década de 1970. Estes campos maduros exigem constante manutenção e substituições equipamentos antigos para extrair o petróleo remanescente, além de técnicas custosas recuperação Já no caso do Canadá, as técnicas exigidas para extração nas areias betuminosas elevam os custos, com o foco na região de Alberta.

Juntas, algumas petroleiras referências de mercado, como Shell, ExxonMobil, BP, Chevron, Eni e Total, apresentam custo médio de extração de US$ 5,4/b, segundo dados da Rystad.

(Fonte: CBIE)