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De acordo com a atualização mais recente, em 22 de fevereiro, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 0,24/litro (ou -6,3%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se a queda de 6,4% no preço internacional do diesel, e de 2,9% na taxa de câmbio (R$/US$), com relação à semana anterior (14/2). Não houve ajustes no preço de refinaria doméstico do diesel na semana em análise.

Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:

Na média semanal (de 14 a 22 de fevereiro), o preço do diesel na refinaria nacional ficou R$ 0,37/litro (ou -9,2%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA).

O preço da gasolina doméstica ficou R$ 0,54/litro (ou -14,2%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA), em 22 de fevereiro. O resultado teve influência do decrescimento de 2,7% no preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da variação da taxa de câmbio, citada acima. O preço de refinaria nacional da gasolina, também, não foi ajustado, na semana em análise.

Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:

Na média semanal (de 14 a 22 de fevereiro), o preço da gasolina na refinaria nacional ficou R$ 0,58/litro (ou -15,1%) abaixo do preço do Golfo do México.

No período de análise, o preço do barril de petróleo tipo Brent permaneceu sob influência dos efeitos da pandemia do coronavírus (Covid-19), porém com pressão mais forte da evolução das tensões e riscos geopolíticos no leste europeu. A média móvel de contaminações de 7 dias global, importante ferramenta para identificação de tendências da pandemia, está em decrescimento acelerado nas últimas semanas. Em 25 de janeiro, durante o pico de contaminações pela variante Ômicron, a média de casos dos últimos 7 dias alcançou 3.428 casos, já em 22 de fevereiro, cerca de um mês após o pico, o indicador registrou 1.781 casos, uma queda de aproximadamente 50%. As expectativas para o curto-prazo quanto à pandemia são positivas, as campanhas de vacinação já alcançaram estágio avançado em diversos países, com mais de 50% da população mundial totalmente vacinada, e sem perspectiva de imposição de novas medidas restritivas. Os mercados seguem observando os alertas de novas variantes, contudo, os fatores de maior peso na determinação dos preços se tornaram geopolíticos.

De acordo com o relatório semanal da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês), os estoques norte-americanos de petróleo cresceram em 1,1 milhão de barris, atingindo volume de 411,5 milhões ao final do período de análise, volume 10% menor do que a média dos últimos cinco anos. Para além, o relatório reportou, também, perdas de 1,3 milhões de barris nos estoques de gasolina, que atualmente se encontram em nível 3% menor do que a média dos últimos cinco anos para o período.

Na semana de referência, a cotação da commodity sofreu fortes influências do desenvolvimento da ocupação russa nas fronteiras com a Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, deu diversas declarações alegando que o movimento de tropas próximas à fronteira se deu devido à um treinamento de larga-escala agendado com antecedência, e de que não há intenções de uma invasão ao território vizinho. Entretanto, rumores de uma invasão iminente foram veiculados pela mídia internacional e corroborados por declarações do presidente dos EUA, Joe Biden, que segundo informações da inteligência norte-americana, identificou ordens de ataque de Putin aos comandantes de suas forças armadas.

Ao fim do período analisado, em 21 de fevereiro, Vladimir Putin assinou um decreto reconhecendo formalmente a independência das Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk, se reuniu com os líderes de seus partidos para assinar acordos de cooperação mútua e enviou tropas para ocupar os “proto-estados” separatistas na região de Donbas. Em resposta à ação russa, a União Europeia, o Estados Unidos (EUA) e o Reino Unido, anunciaram um pacote inicial de sanções econômicas e fiscais contra o país. Dentro do proposto, a medida com mais efeito na precificação do petróleo e gás natural foi a suspensão do licenciamento do gasoduto Nord Stream 2, por parte do chanceler alemão, Olaf Scholz.

Em paralelo aos acontecimentos do leste europeu, as negociações da retomada do Acordo Nuclear Iraniano parecem estar próximas do fim. Diplomatas e negociadores envolvidos nas tratativas realizadas em Viena, acreditam que as partes podem alcançar um consenso até o final de fevereiro, porém caso as conversas se estendam, é possível que as consequências das ações russas impeçam a conclusão do tratado. Segundo especialistas, a revogação das sanções econômicas atualmente impostas sobre o Irã, proporcionaria a entrada de cerca de 1 milhão de b/d de petróleo da nação islâmica dentro de poucos meses.

De acordo com analistas do JPMorgan Chase & Co., é provável que o preço do barril da commodity alcance US$ 110 durante o segundo trimestre de 2022, dada a evolução das tensões entre Rússia e Ucrânia. Ainda segundo a análise do banco de investimentos, o mercado de petróleo deve manter preços altos até o final do ano, quando retornará à uma média de US$ 90/b. Os cálculos consideram, além da continuidade do conflito no leste europeu, o retorno do Acordo Nuclear Iraniano.