Post

De acordo com a atualização mais recente, em 8 de agosto, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 1,01/litro (ou 23%) acima do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se à queda de 8,6% no preço internacional do diesel, e de 0,7% da taxa de câmbio (R$/US$) com relação à semana anterior (1/8). Também influenciou o resultado, a redução de 3,56% no preço do diesel vendido pela Petrobras nas suas refinarias nacionais, a partir de 5 de agosto. Outra redução, de 4,07%, foi anunciada para 12 de agosto, com efeito a partir da próxima análise.

Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:

Na média semanal (de 1º a 8 de agosto), o preço do diesel na refinaria nacional ficou R$ 0,86/litro (ou 18,3%) acima do preço no Golfo do México (EUA).

O preço da gasolina doméstica ficou R$ 0,14/litro (ou 3,9%) acima do preço no Golfo do México (EUA), em 8 de agosto. O resultado teve influência da redução de 6,1% do preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da variação da taxa de câmbio, citada acima. Durante o período de referência não houve reajustes no preço da gasolina nas refinarias nacionais.

Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:

Na média semanal (de 1º a 8 de agosto), o preço da gasolina na refinaria nacional ficou próxima à paridade internacional, ficando 0,1% acima do preço no Golfo do México.

Na semana de análise, a cotação do barril de petróleo seguiu com a tendência de baixa das semanas anteriores, sob influência das expectativas sobre o volume de produção no curto prazo e da menor intensidade das projeções de recessão. Uma série de eventos geopolíticos associados às cadeias internacionais de óleo e gás (O&G) dividiram as opiniões de especialistas do setor, enquanto os movimentos especulativos de baixa continuaram exercendo maior pressão sobre os preços, motivados ainda pela desaceleração econômica observada nos relatórios nacionais do primeiro semestre de 2022.

A realização da 31ª Reunião Interministerial da OPEP+, em 3 de agosto, foi o principal fator de influência no mercado de petróleo no recorte analisado. Na reunião, o grupo decidiu pelo incremento de apenas 100 mil barris por dia (b/d) para o mês de setembro. Apesar de ressaltar em suas declarações os níveis críticos de estoque emergenciais do energético, assim como a necessidade urgente de investimentos no upstream, a posição da OPEP+ indica um entendimento de que os níveis de oferta e demanda deverão ficar em equilíbrio no curto prazo. O encontro também representou, de certa forma, o alinhamento político do grupo, que aparentemente ignorou os pedidos de expansão da oferta realizado pelos EUA.

No último dia da semana em análise, diplomatas apresentaram o rascunho final dos termos para reinstituição do acordo nuclear entre Irã e EUA. A versão apresentada é o fruto de 15 meses de negociações, com intuito de que a produção de óleo e gás iraniana retorne aos mercados. A conclusão do tratado aguarda a ratificação do presidente norte-americano, Joe Biden, e sua contraparte no Irã, Ebrahim Raisi. Os agentes de mercado observam com atenção as movimentações acerca do acordo, pois pode representar uma expansão súbita da oferta, levando os preços a um patamar mais baixo.

Outro fator que influenciou a cotação da commodity no período foi a interrupção dos fluxos de petróleo russo através do trecho Sul do gasoduto Druzhba, da estatal russa Transneft, que atravessa o território da Ucrânia em direção à Hungria. A passagem, cujas atividades foram interrompidas, transporta, usualmente, cerca de 250 mil b/d. De acordo com representantes da Transneft, a medida foi uma iniciativa ucraniana, e o fluxo deve retornar em poucos dias. A reação do mercado foi dividida, mas o evento intensificou a incerteza associada ao comércio da commodity na região.