Preços do diesel e da gasolina nas refinarias nacionais seguem próximos à paridade internacional
De acordo com a atualização mais recente, em 29 de agosto, o preço médio do diesel na refinaria nacional ficou em R$ 0,18/litro (ou -3,3%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA). O resultado deve-se ao aumento de 4,9% no preço internacional do diesel, e da redução de 2,5% da taxa de câmbio (R$/US$) com relação à semana anterior (22/8). Durante o período de referência não houve reajustes no preço do diesel nas refinarias nacionais.
Veja o histórico dos últimos 2 anos no gráfico abaixo:
O preço da gasolina doméstica ficou R$ 0,20/litro (ou -5,2%) abaixo do preço no Golfo do México (EUA), em 29 de agosto. O resultado teve influência do aumento de 9,5% do preço internacional da gasolina, com relação à última semana, e da variação da taxa de câmbio, citada acima. Durante o período de referência não houve reajustes no preço da gasolina nas refinarias nacionais
Acompanhe a variação nos últimos 2 anos:
Durante o período de análise, a cotação do barril de petróleo foi influenciada, sobretudo, por declarações de líderes do governo da Arábia Saudita e pela perspectiva de retomada da demanda chinesa. Em 28 de agosto, a commodity atingiu o maior valor do mês, marcando uma breve recuperação em um período de alta volatilidade. As variações drásticas no sentimento do mercado de semana a semana ressaltam o elevado nível de incerteza na posição dos agentes.
Para além do impacto das variações do petróleo, ao início da semana, a maior refinaria do Centro-Oeste norte-americano interrompeu as atividades de dois de seus trens de refino, após a ocorrência de um incêndio no gerador de energia da unidade. A refinaria de Whiting, Indiana, nos Estados Unidos (EUA), tem capacidade instalada de 435 mil barris por dia (b/d) e sua produção tem forte impacto sobre a oferta de derivados na região. Em resposta à suspensão das atividades dessa refinaria, tanto a gasolina quanto o diesel tiveram aumentos significativos de preços, com indícios de queda no último dia do recorte analisado.
O maior impacto no mercado de óleo e gás foi proveniente de novas declarações do ministro de energia da Arábia Saudita, Príncipe Abdulaziz Bin Salman Al Saud. Segundo o ministro, “o mercado de contratos futuros do petróleo caiu em um ciclo vicioso de baixíssima liquidez e volatilidade extrema.”, e, ainda de acordo com o político, esse cenário “pode dar uma falsa sensação de segurança em tempos em que a capacidade ociosa está severamente limitada e o risco de disfunções continua alto.”. Declarações dessa natureza alertam os traders para uma possível intenção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seu Aliados (OPEP+), grupo no qual a Arábia Saudita exerce forte influência, de induzir um aumento da cotação do barril. Os agentes de mercado aguardam com atenção a definição das metas de produção do grupo para o próximo mês, que será anunciada na próxima reunião, marcada para 5 de setembro.
Reforçando a posição do ministro de energia saudita, analistas do Goldman Sachs Group recomendaram a investidores que continuem comprando commodities. Segundo os especialistas do banco, “o risco de recessão fora da Europa dentro dos próximos 12 meses é relativamente baixo”, declaração que reforça a tendência de melhora da perspectiva quanto ao desenvolvimento da economia global no curto e médio prazo. Sem o temor de recessão iminente, desaparecem também as especulações acerca de um novo choque na demanda por energéticos.