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Nos últimos anos, com o aumento da conscientização ambiental, a preocupação com a emissão de gases poluentes vem se tornando cada vez maior. Os automóveis, ainda são um dos principais emissores destas substâncias. Como forma de amenizar o impacto na atmosfera, surgiram novas alternativas para os combustíveis fósseis, como a utilização de carros elétricos e o uso do etanol para abastecê-los. Mas será que estas duas alternativas são totalmente limpas? Qual o impacto do uso deste tipo de veículo para o meio ambiente?

Apesar do carro elétrico ser geralmente considerado o tipo de automóvel mais sustentável por utilizar bateria e energia elétrica e consequentemente não emitir gás carbono (CO2) durante o seu uso, ele ainda gera impacto ecológico. Isto ocorre pois o processo de fabricação das baterias ainda é muito complexo e as fábricas poluentes. Ademais, o processo de descarte das baterias ainda é difícil e elas são poucas vezes recicladas. Além disso, caso descartadas incorretamente, as substâncias químicas utilizadas em suas fabricações podem poluir rios e solos ao seu redor. Contudo, diversas empresas vêm estudando esses fatores e a tendência é que esses problemas sejam solucionados no futuro.

Há ainda outras questões que devem ser analisadas para medir o impacto desses carros no meio ambiente. No mundo, grande parte dos países ainda utilizam o carvão, gás natural e combustíveis fósseis em sua matriz energética, conforme podemos ver na figura abaixo.

Matriz Energética Mundial 2016

Fonte: EPE; IEA, 2018

Este problema é ainda mais complicado em alguns países da Ásia e da Europa, que têm o carvão como sua principal forma de geração de energia elétrica. Em países com este tipo de geração, o impacto de um carro elétrico no meio ambiente pode ser ainda maior, já que ele acaba dependendo de fontes poluentes para ser carregado. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de Munique, o processo de fabricação de um veículo elétrico, além do uso de fontes energéticas altamente poluentes, como é o caso da Alemanha que ainda gera boa parte de sua energia em usinas de carvão, pode fazer com que veículos elétricos emitam mais CO2 do que modelos a diesel. No entanto, em países com fontes renováveis como no caso do Brasil e do Canadá, que geram a maior parte da sua eletricidade através de hidrelétricas, o carro elétrico será bem menos poluente que modelos convencionais. Ademais, diversos países, incluindo a Alemanha, vêm estudando reduzir sua emissão de CO2 na atmosfera e diminuir sua dependência em fontes poluentes, como as usinas de carvão.

Fonte: NEXO

Temos ainda o uso do etanol como outra fonte viável para reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera. Segundo a União da Agroindústria Canavieira do estado de São Paulo (Unica), a estimativa para a safra 2019/2020 era de uma produção de 33,5 bilhões de litros de etanol hidratado e anidro (para mistura à gasolina). O volume recorde corresponde a quase 50% de participação no abastecimento da frota de veículos leves, e deve gerar uma redução de 80 milhões de toneladas de CO2 equivalente, em um ano.

O etanol é considerado um combustível renovável por ser produzido de derivados vegetais da cana de açúcar e de milho que crescem todos os anos. Por ser um combustível renovável, o cultivo destes vegetais contribui para absorção e redução de dióxido de carbono na atmosfera. Ademais, por ser puro e destilado, não possui alguns poluentes emitidos pelo petróleo, como óxidos de enxofre nitroso. Contudo, a produção de etanol ainda contribui ligeiramente para as emissões de CO2, já que um pouco de energia de origem fóssil seja usada no processo.

Atualmente, o Brasil e os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de etanol. A implantação do programa Renovabio, que regulamenta os créditos de descarbonização e permite a comercialização desses créditos deve estimular as usinas de etanol a produzir de forma mais eficiente, focadas na descarbonização e boas práticas de balanço energético e ambiental no Brasil e reduzir ainda mais o impacto ecológico deste combustível.

Apesar das vantagens do etanol, o seu menor poder calorífico do combustível torna o seu consumo muito alto quando comparado ao uso da gasolina. Para que a sua utilização seja viável, alguns modelos teriam que ser adaptados nos mercados asiáticos e europeus. O etanol emite também alguns poluentes regulados como os óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos (HC), que combinados geram ozônio em baixa altitude, e consequentemente, gera um gás irritante das vias respiratórias. Entretanto, o Brasil tem um programa rigoroso de controle, o Proconve, e a partir de 2025, exigirá cortes severos desses subprodutos da combustão para gasolina e etanol.

(Fonte: CBIE)