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O gás natural pode ser de associado ou não a produção de petróleo. Quando associado, como no caso da maioria dos campos do pré-sal, o gás pode ser utilizado para otimizar a recuperação de petróleo através de um processo chamado de reinjeção. Já no caso de recursos não associados, como o gás da Bolívia, normalmente o patamar de reinjeção é zero ou próximo a zero.

A produção de petróleo pode envolver dois tipos de reinjeção. Na reinjeção do gás separado do óleo produzido, o gás é injetado de volta no reservatório para manutenção de pressão e aumento de recuperação do reservatório. Há, também, a reinjeção da água produzida, que evita o descarte da mesma no meio ambiente e contribui, ainda, para a manutenção da pressão e deslocamento do óleo no reservatório em produção.

Desde o início da exploração do pré-sal, houve um aumento expressivo da reinjeção de gás natural no país. Isto se deve a necessidade da reinjeção do gás para manutenção da pressão dos reservatórios, o que estimula consideravelmente a produção de petróleo. Ademais, do ponto de vista econômico, é mais benéfico usar o gás como técnica de recuperação de petróleo, quando comparado com os produtos químicos.

Por regra geral, a pressão natural de reservatórios permite recuperar de 14% a 18% do petróleo original. Paralelamente, técnicas secundárias (água) ou terciárias (produtos químicos miscíveis, estimulação térmica, etc.) aumentam esse percentual para 25-35% e 40-50%, respectivamente.

Além de otimizar a produção de petróleo, a reinjeção tem, também, como objetivo evitar a queima do gás, seguindo limites regulatórios. Recursos em terra possuem baixo ou nenhum conteúdo de CO2, gás causador do efeito estufa e proibido de ser queimado e lançado na atmosfera. No entanto, o gás produzido no mar, pode ter um percentual de CO2 por volta de 40%-45%, demandando, consequentemente, um maior percentual de reinjeção.

Com o desenvolvimento do pré-sal, a taxa de reinjeção vem crescendo no Brasil desde 2013. Além das questões citadas anteriormente, a falta de infraestrutura existente para escoamento, eleva esta taxa. Os poços de petróleo, sobretudo os do pré-sal, têm uma quantidade grande de gás, mas, sem escoamento, o produtor tem duas alternativas: queimar, o que é ecologicamente prejudicial, ou reinjetá-lo. Como alternativa, a criação de usinas inflexíveis na base poderia permitir o uso deste gás para o desenvolvimento energético do país.

No Brasil, 10 campos, sendo 6 no mar e 4 em terra, concentram 99,4% da reinjeção. Os principais são Lula, Búzios, Sapinhoá e Mero que, somados ao polo de Urucu (em terra), respondem por 95,5% da reinjeção total no país. No caso de Urucu, a reinjeção ocorre devido ao gargalo de infraestrutura, que impede o crescimento do mercado de gás no Estado do Amazonas. Já os campos de Mera e Lapa possuem um elevado percentual de CO2 (38-42%), que gera restrições econômicas para aumentar a produção.

(Fonte: CBIE)